A melhor prova do colapso de um movimento intelectual é o dia em que ele não tem nada mais a oferecer como um ideal último além da demanda por moderação. – Ayn Rand
Alguns acham que Caetano Veloso está senil. Outros acham que ele sempre fez de tudo para aparecer e parecer “moderno” e “rebelde”. Ambos os grupos pensam que ele não merece muita atenção e devia ser apenas ignorado. Mas o problema é que ele tem audiência e espaço público, ou seja, ainda influencia desavisados. Por isso precisa ser criticado quando diz besteira. Foi o caso hoje.
Em sua coluna do GLOBO, Caetano cita Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho como se fossem ícones de uma direita maluca. Depois aproveita para descascar os leitores dos blogs de direita, que seriam verdadeiras aberrações. Evidências? Pensam que a TV Globo tem uma agenda progressista e que até o NYT flerta com o comunismo. Que absurdo!
Só que… o NYT sempre foi escancaradamente de esquerda, e com grupos bem radicais ali dentro. Apontar o viés esquerdista do mais famoso jornal americano não é paranoia ou coisa de maluco; é respeitar os fatos. Só faltou Caetano incluir a CNN na lista! Ted Turner tem várias declarações em prol do… sim, ele mesmo, o comunismo!
Essa passagem, que o músico colocou entre parênteses, merece destaque especial. Denota toda uma tática de esquerda e uma covardia intelectual ao mesmo tempo. Vejam:
O fato é que compro sempre uma “Veja” e uma “Carta Capital” para ler no avião — além da “The Economist” — quando tenho de cantar “Abraçaço” em distantes cidades brasileiras ou não brasileiras: preciso saber o que dizem os chamados dois lados para poder me manter centrista aqui.
Notem que Caetano tenta se colocar como alguém isento, imparcial, acima do Fla x Flu ideológico, um legítimo centrista. Em primeiro lugar, é falso. É de esquerda mesmo, e sempre foi. Que tipo de “centrista” grava um vídeo elogiando os ultra-radicais mascarados e anarcofascistas dos Black Blocs?
Em segundo lugar, centro em relação a que extremos? Será que é desejável ser eqüidistante do comunismo, que ceifou a vida de milhões de inocentes e só trouxe miséria e escravidão ao mundo, e do capitalismo, que trouxe prosperidade e liberdade para milhões de pessoas? É desejável estar ao centro da extrema estupidez e da extrema inteligência? É positivo ficar no meio entre a falta de caráter e a honestidade?
Centro é bom por que? Quer dizer que é um ponto favorável ele ler tanto a “Veja” como a “Carta Capital” e se posicionar ao centro delas? Por que? A “Veja” é uma revista respeitada, com mais de um milhão de assinantes, com financiamento independente do governo, responsável pela queda de ministros corruptos e tudo. Já a outra… quem ainda leva a sério?
Por fim, Caetano expõe sua tremenda cara-de-pau, ao se colocar como mais um da classe média:
Se houver ainda manifestações, ou seja, se nós da classe média (que, ao contrário de Marilena, eu respeito e amo) não desistirmos de gritar por medo dos BBs de Cora, o que será dito sobre Barroso e Barbosa? Não resta dúvida de que vivemos um tempo preocupantemente interessante. Talvez demais para o meu gosto.
Nós quem, cara pálida? Sério que vai querer fingir, agora, pertencer a essa classe média, e não ao grupo de elite financeira e, pasmem, “intelectual” do Brasil?
O fato é que Caetano, como (de)formador de opinião, ridicularizou-se ao defender os Black Blocs e colocar uma camisa preta no rosto como os marginais, tudo isso faltando algumas horas para esses delinqüentes depredarem tudo e estragarem a festa do Sete de Setembro. Agora, cada emenda sai pior que o soneto. Era melhor o “moço” simplesmente mudar de assunto…
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