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O discurso de Dilma: a ONU transformada em palanque eleitoral

A cada vez que a presidente Dilma falava “senhor presidente”, eu entendia “eleitores brasileiros”. Um discurso totalmente desprovido de pragmatismo e foco nos interesses nacionais. Puro marketing eleitoral. É a presidente pegando carona na espionagem que vazou, para posar de vítima de um império poderoso.

Davi x Golias vende bem. Sempre vendeu. Até hoje a ditadura cubana aproveita essa imagem de vítima do império para preservar seu regime totalitário na ilha. Em 1984, George Orwell deixou clara essa necessidade que os governos autoritários têm de ter inimigos externos.

Dilma sobrevalorizou a questão da espionagem, ao contrário dos demais. Reuniu-se com a camarada Cristina Kirchner para fortalecer a imagem de coitadismo latino-americana, alimentando o antiamericanismo tupiniquim responsável por boa parte de nosso atraso.

Depois, começou a fazer propaganda política escancarada, falando que sempre lutou pela liberdade (mentira, lutou pelo comunismo!), e que o Brasil, sob seu governo, teve vários avanços sociais, voltados para a inclusão dos pobres. Constrangedor. Não há resquício algum de estadista em Dilma. Apenas populismo preparado por seu marqueteiro.

Tentou, ainda, apropriar-se novamente das manifestações nas ruas. Seu governo “ouviu a voz das ruas”, que pedem mais do mesmo, e não a volta ao passado. “A democracia gera mais desejo de democracia, a inclusão social gera desejo de mais inclusão, e qualidade de vida gera desejo de mais qualidade de vida”. A ONU transformada em palanque eleitoral para 2014!

Por fim, ainda tentou pleitear (mendigar?) o sonhado assento no Conselho de Segurança da ONU. Tal obsessão já fez o PT perdoar bilhões em dívidas com ditadoras africanas. A presidente resolveu dar lições sobre o conflito no Oriente Médio, sempre com mensagem vazia de “multilateralismo” e “pacifismo”. Que pretensão!

Está certo que a ONU é, em si, caracterizada por discursos vazios, mais voltados para os próprios e seus ouvintes do que para resultados concretos. Mas Dilma conseguiu superar o baixo padrão. Foi constrangedor.

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