A coluna de J.R. Guzzo na Veja desta semana trata de um tema muito importante: a postura petista de colocar o país segregado em uma visão infantil de “nós contra eles”. Curiosamente, vem da própria esquerda a acusação de que o país assim se encontra por culpa da “direita”, ou talvez pelas redes sociais, que acirram os ânimos e debates. Não é bem assim.
Faz parte da velha estratégia populista o dividir para conquistar. E ninguém usa e abusa mais dessa tática do que o PT aqui no Brasil. O partido chega ao ridículo que fingir que as dezenas de milhões de votos nos opositores, sem falar de votos nulos ou brancos, sequer existem.
A vitória nas urnas, para eles, é uma espécie de “o vencedor leva tudo”, e em vez de governar para todos os brasileiros, é como se todos os brasileiros tivessem endossado na íntegra o projeto petista (qual mesmo?). Guzzo resume muito bem a questão. Segue um trecho:
O caso de Lobão é apenas um entre tantos, das inúmeras vítimas da patrulha ideológica ligada ao PT e à esquerda. Basta não gostar de Lula ou Dilma, criticar o governo, para ser “direitista”, “inimigo do povo”, etc. É um maniqueísmo tosco, até porque o próprio PT tem entre seus melhores amigos, como lembra Guzzo, Collor e Maluf, até ontem ícones dessa “direita” podre.
O debate político e ideológico no Brasil está muito pobre, limitado, maniqueísta. Resgataram o velho slogan da ditadura, que adaptado ficaria assim: “Brasil petista, ame-o ou deixe-o!” Aliás, a quantidade de petistas que já me mandou ir viver em Miami não está no gibi. Não posso ser brasileiro, querer viver no meu país, mas defender ideias e valores diferentes daqueles pregados pelo PT e nossa esquerda autoritária?
Rodrigo Constantino
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