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Um dos principais fatores que atraem artistas ao poder político é a grande vantagem monetária que isso permite em países como o Brasil, em que o estado controla bastante os recursos e a economia. Quando uma canetada do governo sela o destino de um setor inteiro, os empresários acabam reféns dos políticos, e o investimento em lobby passa a ser mais importante do que em produtividade. Vale o mesmo no mundo artístico.

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Se o grande mecenas das artes é o próprio governo, então claro que a proximidade com os governantes passa a ter enorme valor. Nem todos conseguem aprovação para captar polpudas verbas pela Lei Rouanet, que faz toda a diferença na viabilização dos espetáculos. Mas alguns conseguem belos contratos…

A coluna de Ancelmo Gois no GLOBO de hoje mostra dois exemplos desse tipo:

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Pode ser ignorância minha, mas nunca ouvi falar de Thaís Gulin. Parece que, como eu, vários outros também não, a ponto de ser preciso acrescentar que se trata da namorada de Chico Buarque após os créditos de “cantora e compositora”.

Mas isso não importa. O fato é que conseguiu aprovação para arrecadar pela Lei Rouanet mais de R$ 800 mil. Teria alguma ligação com ser namorada de quem é, lembrando que a irmã de Chico foi também ministra da Cultura recentemente?

Carlinhos Brown já é mais conhecido, mas há controvérsias quanto ao “grande artista brasileiro”. Questão de gosto. Mas aquelas “caxirolas” foram um espetáculo constrangedor, isso não resta dúvida. Carlinhos andou recebendo forte empurrão estatal para um lado novo de sua carreira artística: a pintura. Mesmo novato, já ganhou logo exposição com auxílio do governo e tudo.

Agora pode captar quase R$ 1,5 milhão pela Lei Rouanet, para um desfile de trio elétrico. É o governo investindo pesado em nossa cultura. Alguns povos têm Shakespeare, outros têm Goethe ou Beethoven. Mas nenhum deles tem tanto trio elétrico e baile funk, tudo com a imprescindível colaboração do mecenas estatal, ou seja, os seus impostos…

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