A Petrobras captou US$ 12 bilhões em emissões no exterior:
A Petrobras vendeu no exterior 8,5 bilhões de dólares em seis lotes de títulos nesta segunda-feira. A demanda superou as expectativas é chegou a 22 bilhões de dólares. Na operação a subsidiária Petrobras Global Finance vendeu 1,6 bilhão de dólares em bônus com vencimento em três anos e spread de 250 pontos básicos sobre Treasuries, títulos do Tesouro norte-americano que são constantemente usados como referência para outros investimentos por serem considerados os mais seguros do mundo.
Foram ainda vendidos 1,4 bilhão de dólares em papéis de três anos com spread (diferença de preço) de 236 pontos sobre a Libor – taxa de referência diária para empréstimos – de três meses.
Outros 1,5 bilhão de dólares em títulos com prazo de seis anos foram emitidos com spread de 330 pontos básicos sobre Treasuries e outros 500 milhões de dólares com spread de 288 pontos sobre a Libor de três meses.
A operação inclui ainda a venda de 2,5 bilhões de dólares em papéis de 10 anos com spread de 350 pontos sobre Treasuries e, por fim, 1 bilhão de dólares em bônus de 30 anos com 360 pontos sobre Treasuries comparáveis, segundo o IFR, um serviço da Thomson Reuters.
Por enquanto, a estatal tem sido capaz de encontrar investidores dispostos a correr o risco de comprar seus títulos, mas os custos não têm sido mais tão camaradas assim. A empresa ainda é vista como um investimento de renda fixa relativamente seguro, pois os investidores sabem que o governo garantiria suporte em algum caso extremo.
Mas o fato é que o nível de endividamento da empresa assusta, e muito. A Petrobras não deverá gerar fluxo de caixa positivo até pelo menos 2016, o que garante a necessidade de novas emissões à frente. Isso tem feito as agências de risco revisarem seu “rating”, uma vez que o endividamento já ultrapassou o teto do confortável para padrões internacionais:
Os investidores de renda variável acusam o golpe e demonstram sua preocupação com a contínua destruição de valor da empresa. Suas ações experimentam uma queda entre 2% e 3% hoje, acumulando perdas gigantescas ao longo dos últimos anos:
Os principais jornais do país viram, nos últimos dias, propagandas de página inteira da estatal, anunciando estimativas agressivas de crescimento na produção. O fato, porém, é que ela tem sido incapaz de entregar o crescimento prometido. Na verdade, teve queda na produção nos últimos anos!
Em resumo, apesar de as emissões terem atraído bastante demanda, isso não deve iludir os brasileiros. A Petrobras segue seu curso de destruição de valor acelerada, onde a principal rubrica que cresce é justamente o endividamento, não a produção ou o lucro.
Rodrigo Constantino
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