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O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, defendeu nesta terça-feira, 3, que o Brasil tem que repensar seu modelo de desenvolvimento nacional e repensar as relações das empresas transnacionais brasileiras em outros países. Segundo ele, algumas empresas brasileiras, como a Petrobras, reproduzem nos países vizinhos um comportamento impositivo que empresas de nações desenvolvidas teriam exercido no Brasil.

“Temos que ter a autocrítica de reconhecer, por exemplo, que a presença da Petrobrás na Bolívia era sim um modelo que dava corpo, dava razão, para aquilo que chamavam de comportamento subimperialista. O Brasil reproduz em relação ao seus vizinhos o mesmo comportamento que o grande imperialismo de primeiro mundo a nosso respeito”, avaliou. Em maio de 2006, o presidente Evo Morales anunciou a estatização do setor de hidrocarbonetos, que impactou diretamente a petroleira.

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Quem tem um ministro desses defendendo os interesses nacionais não precisa de inimigo externo! No mais, essa visão carrega forte no ranço “terceiro-mundista”, que vê a globalização como mecanismo de exploração, e não criação de riqueza.

Desde quando as poderosas multinacionais são imperialistas no Brasil? Elas trazem investimentos, criam empregos e riqueza, e são muito bem-vindas. Só na mente tacanha de nacionalistas retrógrados há essa ideia de que grupos empresariais estrangeiros “exploram” o país.

No fundo, a Petrobras até tem uma postura um tanto “imperialista”, mas no Brasil mesmo! Seu poder paralelo é grande demais, devido ao fato de ser estatal. A Vale é gigantesca, assim como a Ambev, mas nem por isso representam uma espécie de estado dentro do estado. Isso, só a Petrobras consegue.

Disputada por todos os políticos, a empresa é uma quase inesgotável fonte de recursos, mesmo mal gerida. Tem deputado que diz abertamente querer “aquela diretoria que fura poços”. Os artistas também bajulam a estatal em busca de suas centenas de milhões de patrocínios culturais. Todos querem uma teta na Petrobras!

Em um país mais sério, moderno e desenvolvido, a Petrobras seria uma empresa privada, e o governo usaria a diplomacia para defender seus direitos nos países vizinhos onde ela investe. Como estamos no Brasil, temos uma estatal ineficiente, palco de vários escândalos de corrupção, e um governo que concorda com o camarada ao lado, que desrespeita escancaradamente o direito de propriedade e os contratos assinados.

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Quem nasce para lagartixa nunca chega a jacaré. Enquanto tivermos Petrobras estatal e PT no governo, não corremos o menor risco de prosperar nesse setor.