A maior empresa do Brasil divulgou seu resultado do segundo trimestre nessa sexta-feira, após o fechamento do mercado. Seu lucro, de R$ 6,2 bilhões, foi beneficiado por operações contábeis, venda de ativos e hedge cambial. Ainda há incertezas, e os analistas terão que se debruçar sobre os dados nos próximos dias para compreender melhor os números e expurgar os efeitos meramente contábeis para avaliar melhor o resultado operacional.
Alguns dados, entretanto, já são mais palpáveis, pois dificilmente podem ser manipulados pela contabilidade. Entre eles, o endividamento da companhia e sua produção no período. Ambos preocupam. O endividamento total cresceu 27% no primeiro semestre e somou R$ 249 bilhões. De acordo com a Petrobras, o dado reflete o aumento do endividamento de longo prazo e a depreciação cambial de 8,4%.
Não vamos esquecer que a Petrobras vem expandindo seu financiamento há algum tempo, e chegou inclusive a realizar um enorme aumento de capital para equilibrar mais seu balanço. A justificativa era seu gigantesco projeto de investimento para permitir um crescimento acelerado na produção. Este ainda é só uma promessa distante.
A produção de petróleo ficou praticamente estável no segundo trimestre, com um total de 2,555 milhões de barris/dia, praticamente o mesmo valor do primeiro trimestre do ano. No acumulado do primeiro semestre, o volume de 2,553 milhões de barris/dia representou uma queda na produção de 3% sobre o mesmo período de 2012, quando a média havia sido de 2,628 milhões de barris/dia.
Em outras palavras: a Petrobras não consegue crescer! Conforme apontei em meu livro Privatize Já, essa tem sido a realidade da empresa desde que o PT assumiu o poder:
O crescimento da produção total de óleo e gás da Petrobras desde que o PT assumiu o governo, em 2003, foi medíocre. A empresa, em seus planos estratégicos de cinco anos, costuma prometer aos analistas um crescimento esperado acima de 5% ao ano na produção. Potencial para isso o país tem de sobra. Mas quanto foi entregue de fato? De janeiro de 2003 a janeiro de 2012, a produção cresceu somente 2,4% ao ano. Trata-se de um resultado lamentável.
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Para piorar a situação, boa parte desse programa de investimento teve que ser financiada por aumento de endividamento, pois a geração própria de caixa não foi suficiente. A Petrobras, que tinha R$ 26,7 bilhões de dívida líquida em 2007, terminou 2011 devendo mais de R$ 100 bilhões. Isso mesmo depois do enorme aumento de capital. Ao término do primeiro semestre de 2012, seu endividamento líquido já passava de R$ 130 bilhões. Eis algo que cresce a taxas elevadas na empresa, ao contrário da produção.
A frase atribuída ao magnata John D. Rockfeller virou um mantra na economia: “O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada; e o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada”. O PT tem desafiado essa máxima aceita ao longo dos anos. A Petrobras tem sido muito mal administrada, e os investidores acusam o golpe. Suas ações perderam bastante valor em relação às demais no setor. Os analistas estão cansados de promessas que nunca se tornam realidade.
Enquanto a produção patina, ou até se retrai, o endividamento segue em alta. O futuro da Petrobras está em xeque. É impressionante o estrago que uma gestão incompetente e partidária conseguiu causar em uma empresa quase monopolista. Tem que se esforçar muito para danificar dessa forma uma companhia do porte da Petrobras, a única empresa de petróleo do mundo que perde dinheiro quando o preço de seu produto sobe!
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