Sou uma pessoa preconceituosa. Tenho preconceito, por exemplo, contra ditadores assassinos. Não suporto gente que escraviza o próprio povo há mais de meio século. Tenho preconceito também contra mentirosos, hipócritas, aqueles que falam em “justiça social” e “socialismo” enquanto vivem como nababos, como magnatas capitalistas, tudo graças ao esforço alheio.
Faço essa confissão por conta dos acontecimentos recentes. A presidente Dilma recebeu na surdina o ditador Raúl Castro, que a imprensa insiste em chamar de presidente, como se tivesse sido eleito democraticamente. Hospedou o tirano na Granja do Torto.
A oposição criticou essa distinção por Cuba, esse tratamento diferenciado. Dilma reagiu: preconceito! Que, disse a presidente, não pode ser misturado com “relações diplomáticas de alto nível”. O Brasil estava apenas sendo cordial, adotando a prática da reciprocidade.
Há controvérsias se disponibilizar a residência oficial do governo ao ditador cubano, que ofereceu até jantar para o outro tirano, da Venezuela, significa algo como “diplomacia de alto nível”. Alguém mais cético poderia dizer que se trata de uma reciprocidade sim, mas não diplomática, e sim mafiosa. Teria elo com o programa Mais Médicos, por exemplo?
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Rodrigo Constantino
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