Viviane Mosé, no programa “Liberdade de Expressão” da rádio CBN, conseguiu viajar na maionese hoje. Tratou as manifestações deste domingo como algo golpista, aderindo ao discurso oficial do governo. Segundo ela, dois milhões de brasileiros foram às ruas sem rumo, fazendo coro às duas únicas propostas concretas dos protestos: o impeachment e a intervenção militar. Para Vivi, como é chamada, a democracia corre risco não com o PT no poder, mas com os brasileiros decentes que tomaram as ruas ontem! Escutem na íntegra:
[HTML1]
Para a psicanalista, não ficou claro que a demanda dos manifestantes era bem específica: retirar Dilma e o PT do poder. Os pedidos de intervenção militar como método para tanto eram extremamente minoritários e até insignificantes em meio à multidão que simplesmente gritava “Fora Dilma”. Pegar a minúscula minoria e tomar como o todo é algo desonesto intelectualmente, para dizer o mínimo.
Quanto ao impeachment, havia mais gente endossando, sem dúvida. Mas se Vivi Mosé citou um ministro do STF para alegar que se trata de algo sem fundamento jurídico, ela ignora que, por outro lado, há juristas de peso que têm opinião contrária, como Ives Gandra Martins. Ou seja: o impeachment, que é um instrumento absolutamente legítimo, democrático e constitucional, usado inclusive pelos petistas contra Collor, deve ser tratado como uma alternativa viável dentro do Estado de Direito que Vivi diz defender, e não como algo golpista de direita.
Por falar em direita, a filósofa, que adora Foucault, encheu a boca de desprezo para constatar que as manifestações foram de direita. Não foram, para começo de conversa. Foram de pessoas direitas, como disse Reinaldo Azevedo. Mas e se fossem? Qual seria o problema? Quer dizer que a direita não pode se manifestar? Que a direita não faz parte da democracia? É isso que Vivi Mosé pensa? O PT, aliado da ditadura cubana e do tirano venezuelano, seria democrático, mas a direita não? Que bola fora…
A psicóloga, psicanalista e filósofa Viviane Mosé se mostrou em total desconexão com o povo brasileiro. Reconheceu que iria levar “pedradas” por sua opinião, e serão merecidas: todas as críticas que receber serão justas, pois tratar como golpistas milhões de brasileiros que simplesmente estão esgotados do cinismo, da corrupção e da incompetência do PT, este sim um partido autoritário e golpista, é no mínimo falta de respeito com os seres pensantes deste país.
À exceção de uma minoria que pede intervenção militar, não queremos golpe algum à democracia brasileira, e sim resgatá-la, salvá-la das garras de um partido que, na prática e apesar dos discursos, despreza a verdadeira democracia representativa e “burguesa”. Vivi Mosé deveria ler menos Foucault e mais os autores conservadores ou liberais, aqueles da tal “direita” que ela menospreza…
Rodrigo Constantino
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião