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A Fiocruz divulgou novo comunicado interno, dessa vez atacando os agrotóxicos e o agronegócio:

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A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca apoia a Moção em defesa da vida e da saúde contra o agro(negócio)tóxico e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgada em 17/11 pelos participantes do VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). O documento tem por base a suspeita de quatro casos de intoxicação por agrotóxico entre trabalhadores quilombolas da comunidade de Rio Preto, localizada em Campos dos Goytacazes (RJ). Desses casos relatados, ocorreram duas mortes, em 12/11. O manifesto também se fundamenta no relatório da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicado em outubro de 2013, que indica resíduo de agrotóxico acima do permitido em boa parte de frutas, legumes e verduras consumidos pelos brasileiros.

O impulso do agronegócio para a economia brasileira e os impactos da utilização dos agrotóxicos na saúde humana têm motivado o desenvolvimento, na ENSP, de diversas pesquisas sobre as consequências do uso desses produtos. Por isso, ao longo de décadas, a Escola vem promovendo a discussão desse tema, que é uma questão fundamental para a segurança da saúde humana e ambiental. A moção, publicada pela Abrasco, ressalta que, segundo a Anvisa, mais de 60% dos alimentos examinados contêm agrotóxicos. Destes, 28% são considerados impróprios para o consumo. Ainda de acordo com o documento, leis, decretos e portarias absurdas que ampliam enormemente a vulnerabilidade da população foram elaborados pelo governo no último mês.

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O documento ainda faz uma advertência a respeito do Projeto de Lei do Senado (PLS) 209/2013. Em trâmite, o PLS determina que um único órgão centralizará os procedimentos para avaliação dos agrotóxicos, deixando a saúde definitivamente fora das avaliações e acelerando os prazos para os novos registros. Diante de tantas questões controversas e em nome dos direitos constitucionais à saúde e ao meio ambiente equilibrado, a moção exige da presidenta Dilma Rousseff imediata revogação da Lei 12.873/13, do Decreto 8.133/13 e da Portaria 1.109.

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Sem os “agrotóxicos” (nome já pejorativo para agentes químicos necessários para a produção em grande escala), simplesmente seria impossível produzir alimento suficiente para 7 bilhões de habitantes. Os alimentos orgânicos custam muito mais, pois são menos eficientes do ponto de vista de produção. Coisa de esquerda caviar chique, que pode pagar pelo luxo.

Mas não dá para colocar comida em 7 bilhões de barrigas. Ao selecionar o “agrotóxico” como inimigo da sociedade, essa gente está, na verdade, contra a própria sociedade. No passado, várias outras bandeiras já serviram de pretexto contra o progresso, inclusive no agronegócio, alvo predileto dos “melancias” (verdes por fora, vermelhos por dentro).

Reparem que todo esse escarcéu se deu por conta de quatro casos suspeitos de intoxicação com trabalhadores quilombolas. Será que há mais por trás disso? Será que há forte ranço ideológico para atacar o setor responsável por um terço do crescimento econômico do Brasil? Será que o apreço da Fiocruz pelo MST e quilombolas, e o desprezo pelo capitalismo, teriam alguma ligação com essa moção que “exige” da “presidenta” (ai, ai) a “imediata” revogação de uma lei?

Comentei aqui, com base no livro The Rational Optmist, sobre a revolução verde na Ásia. Se depender da revolução dos “verdes”, a nova cor dos velhos vermelhos, estaremos fritos.