É inadmissível, que o Brasil que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. Estes valores não podem continuar tão altos. O Brasil de hoje não justifica isto. Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável e a maioria esmagadora dos brasileiros honra com presteza e honestidade seus compromissos.
O setor financeiro, portanto, não tem como explicar esta lógica perversa aos brasileiros. A Selic baixa, a inflação permanece estável, mas os juros do cheque especial, das prestações ou do cartão de crédito não diminuem. A Caixa Economia Federal e o Banco do Brasil escolheram o caminho do bom exemplo e da saudável concorrência de mercado provando que é possível baixar os juros cobrados aos seus clientes em empréstimos, cartões, cheque especial e inclusive no crédito consignado.
Essas foram palavras usadas pela presidente Dilma em discurso populista durante a comemoração do Dia do Trabalho em 2012. Eis aqui o trecho em vídeo, para fixar bem a mensagem:
httpv://youtu.be/tNYg4AGRrFo
Inflação estável e queda da Selic? A presidente vivia em outro mundo. Nesse mundo de fantasias, o governo pode simplesmente decretar a queda na taxa de juros, como se esta não fosse um preço de mercado, e depois usar os bancos públicos para reduzir na marra as taxas dos empréstimos, como se isso não tivesse efeitos nefastos depois.
O resultado? Está aí: os bancos públicos, após um crescimento assustador na carteira de crédito, com base em critérios políticos em vez de econômicos, tiveram que voltar a subir as taxas de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) acaba de colocar em 11% a taxa básica Selic, acima do patamar de quando Dilma assumiu o governo.
E a inflação? Ora, segue em patamar bem elevado e, ao que tudo indica, pode até furar o teto da banda este ano, mesmo com preços congelados pelo governo. É isso que acontece quando a própria presidente e sua equipe econômica não compreendem absolutamente nada do funcionamento dos mercados, e pensam, de forma arrogante, que podem simplesmente alterar preços por decreto.
A presidente também fez um escarcéu demagógico, usando as redes de televisão e rádio, para anunciar a queda artificial nas tarifas de energia. O resultado, como já fica claro, será o mesmo: as tarifas terão de ser aumentadas à frente, com um custo ainda maior para todos nós, fora o risco de apagão e racionamento. É o efeito mola de quem desrespeita o mercado…
Rodrigo Constantino
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