Hoje, na série “Túnel do tempo”, vamos resgatar ele, o mais influente economista do Brasil, há décadas próximo do poder, aconselhando governo após governo. Trata-se de Delfim Netto, claro, uma espécie de “Sarney da economia”. Sai regime militar, entra Partido dos Trabalhadores, não importa: lá está Delfim contribuindo com sua sabedoria econômica para o progresso da nação.
Como a desvalorização da moeda está na ordem do dia, vamos ver o que tinha Delfim a dizer no começo da década de 1980, quando o tema também estava em pauta (no Brasil, algumas coisas parecem estáticas):
O que temos aqui? Uma pequena amostra do então poderoso ministro Delfim Netto condenando o pessimismo dos mercados, defendendo a desvalorização da moeda como importante instrumento de crescimento econômico, pregando a queda dos juros, garantindo que o preço do petróleo seria ajustado aos poucos, prometendo ajuste fiscal, e destilando todo seu típico otimismo de que a economia voltaria a crescer a inflação a cair. Há inclusive certa arrogância ao falar dos empresários, que não prestariam atenção nos números.
Recentemente, o mesmo Delfim tem escrito artigos em vários jornais com pontos muito parecidos. A desvalorização cambial é positiva, a economia logo vai se recuperar, a inflação está controlada, e os empresários se negam a enxergar a mudança de rumo do governo e a solidez de nossa economia. Acredite quem quiser.
E naquela época, o que aconteceu? Vamos ver um indicador importante: a inflação. Medida pelo índice de Preços ao Consumidor anual, eis o que temos:
É isso mesmo, caro leitor. A inflação brasileira, que já rodava em patamares absurdos quando essas entrevistas foram publicadas, acima de 100% ao ano, disparou para mais de 200% ao ano! Logo depois dessa visão otimista demonstrada por Delfim! No Brasil, o fracasso é recompensado e a memória é curta, muito curta…
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