Uma nova pesquisa com 11 mil empresas pelo mundo todo mostrou que o Brasil tem tino empreendedor maior do que os Estados Unidos. Mais empresas pequenas e médias no Brasil assumem ser tomadoras de risco do que aquelas americanas ou alemãs.
Ninguém pode negar que há bastante empreendedor no Brasil. Vemos isso todos os dias quando o trânsito engarrafa (quase sempre) ou começa a chover. Logo aparecem pessoas vendendo comida, bebida ou guarda-chuva. São arbitradores, muitas vezes especuladores que fazem apostas no futuro tentando antecipá-lo.
Sim, também somos o país do concurso público, do paternalismo estatal, da cultura que critica o empresário e o lucro. O Brasil é complexo mesmo, não é para amadores. Mas temos esse outro lado empreendedor, que não deve ser ignorado. Muitos gostam de assumir riscos por aqui.
O grande problema é que tais empreendedores estão cercados de governo por todos os lados. São obstáculos demais criados pelo estado, muitas barreiras artificiais que dificultam a vida desses criadores de riqueza. Falta confiança nas regras do jogo, pois as leis são arbitrárias e muitas vezes até o passado é desconhecido, pois essas leis podem mudar de forma retroativa.
A mão de obra não é qualificada. A burocracia é asfixiante, e somos a legítima República Cartorial. As leis trabalhistas são anacrônicas e com viés estatizante, criando encargos demais. A infraestrutura é capenga e o custo de logística alto demais. A carga tributária é proibitiva, além de extremamente complexa.
As grandes empresas muitas vezes gozam de privilégios, de barreiras protecionistas, de crédito subsidiado, de benesses que são frutos da amizade com o rei. Tudo isso compõe o conhecido Custo Brasil, que representa um gigantesco obstáculo para os empreendedores.
Não obstante, muitos insistem, em um ato de fé e otimismo, de autoconfiança quase ingênua. Ainda bem! Se vários fracassam no caminho, pois o mercado já é palco natural da destruição criadora, e no caso brasileiro os entraves estatais fazem ainda mais vítimas, outros conseguem prosperar. Atendem alguma demanda existente de forma mais eficiente, ou criam novas demandas, e lucram com isso.
São esses os heróis nacionais, os criadores de riqueza e empregos, de prosperidade e crescimento. Não o governo, ao contrário do que muitos ainda acreditam por aqui. Não os sindicatos, que concentram vantagens em poucos à custa de muitos. Não as riqueza naturais, que precisam ser exploradas com conhecimento e tecnologia.
São os empreendedores que carregam o país nas costas, como locomotivas do progresso. A eles devemos reconhecimento e respeito. E, como podemos ver, existem aos montes pelo Brasil. Se ao menos o ambiente fosse um pouco menos hostil ao seu fundamental trabalho…
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