Foram divulgadas hoje as vendas no varejo, com crescimento de 1,9% no mês e 6% ano contra ano. Trata-se de um ritmo acelerado na ponta final do consumo.
Há poucos dias, porém, a produção industrial decepcionou e mostrou queda de 2% no mês. Em outras palavras, o consumo segue crescendo a taxa acelerada, mas a produção não o acompanha. Alguém tem que ceder!
Os keynesianos gostam de focar muito no consumo. Afinal, dizem, ele é responsável por quase 70% da economia. Falso. O economista Mark Skousen já refutou esse cálculo há décadas. O problema é que, pela fórmula do PIB, esses keynesianos acreditam que é o rabo que balança o cachorro: quanto mais consumo, mais crescimento econômico.
A Lei de Say, ao contrário, coloca a ênfase na produção. A “demanda agregada” é mais consequência que causa do crescimento. Quem permite este são os empreendedores, os investimentos em capital físico e humano, os ganhos de produtividade, as inovações. Isso tudo possibilita o maior consumo depois.
Se as vendas no varejo estão crescendo a 2% ao mês, e a produção industrial caindo 2% ao mês, então das duas, uma: ou a indústria está “desovando” estoques, ou o hiato será fechado por importações maiores. Não é possível continuar crescendo tão mais assim as vendas em relação à produção.
Como não é possível vislumbrar grandes incrementos na produção, pois os investimentos dificilmente virão nesse clima de incertezas e medidas arbitrárias do governo, pode-se concluir que ou a inflação ficará bem pressionada à frente, com um aumento da demanda maior do que a capacidade de oferta, ou a balança comercial vai se deteriorar ainda mais.
Os “desenvolvimentistas” gostam muito de estimular a demanda artificialmente, como se isso fosse a grande locomotiva do crescimento de uma economia. Não é. Deveriam estimular os investimentos produtivos, o empreendedorismo, a livre concorrência, a redução do Custo Brasil. Esse seria o caminho para expandir a oferta de forma sustentável.
Puxar a demanda sem a contrapartida da oferta é gerar inflação ou déficit crescente na balança comercial, que terá de ser pago algum dia. Não dá para colocar a carroça na frente dos bois e esperar um bom resultado.
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