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O jornal GLOBO traz como reportagem de capa sobre um estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, mostrando o Brasil na rabeira do ranking de desenvolvimento do saneamento:

Sete anos após o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voltado para a expansão do saneamento, o Brasil amarga a 112ª posição em um levantamento feito com 200 países. Sétima economia do mundo, o país aparece muito atrás de nações da América Latina — como Argentina, Uruguai e Chile —, de países árabes como Omã, Síria e Arábia Saudita, e até de nações africanas, como o Egito. Segundo os dados, figura entre Tuvalu e Samoa.

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O estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, publicado com exclusividade pelo GLOBO, aponta, pela primeira vez, as nações que mais avançaram nos últimos 12 anos, a partir do ano 2000. Ou seja, não significa que os países à frente do Brasil no levantamento sejam necessariamente mais desenvolvidos hoje em termos de saneamento, mas, sim, que conseguiram melhorar mais no período analisado. O estudo mostra inclusive que, no país, houve queda no ritmo da expansão do saneamento. Nos anos 2000, era de 4,6% ao ano. Nesta década, está em 4,1%.

Os dados levantados são chocantes, ainda que todo brasileiro já tivessem uma razoável ideia do que ocorre país afora (ou adentro). O Pará, de Jader Barbalho, tem apenas 2% de coleta de esgoto, por exemplo. É a África subsaariana dentro do Brasil.

Segundo um estudo das Nações Unidas, cada R$ 1 investido em saneamento, poupa-se R$ 4 com saúde. A quantidade de doenças devido a esta falta de saneamento básico é enorme. Isso acaba afetando a educação, pois crianças mais doentes faltam aulas.

Enfim, é o retrato de um país pobre, apesar de toda a propaganda contrária. País rico é país sem pobreza, diz o slogan do governo Dilma. Como fica claro, o Brasil está muito longe de ser um país rico por este critério. O problema, naturalmente, não é novo e não começou com o PT. Mas após tanto alarde com o PAC, seria de esperar um avanço muito maior, que não se materializou.

Investir em saneamento não é do interesse de políticos, pois são obras subterrâneas, que não ficam escancaradas diante de todos os transeuntes, rendendo mais votos. Aquilo que os olhos não veem o coração não sente, diz o ditado. PAC poderia ser traduzido como Programa de Aceleração da Campanha, pois as eleições são a única obsessão do PT.

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Tudo isso é vergonhoso, ilustra o descaso das autoridades com o povo, apesar de o estado já arrecadar quase 40% do PIB em impostos. O brasileiro não precisa de esmolas, de bolsas, de inúmeros programas de transferência de renda, o que não aumenta nossa produtividade. Precisa é do básico, de infraestrutura, de saneamento e coleta de esgoto para a população. Será que é pedir muito?

Rodrigo Constantino