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Rodrigo Constantino

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Home office, o novo normal

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Por Karen Meirelles, publicado pelo Instituto Liberal

Há algum tempo, diversas organizações se mobilizavam para a inserção da metodologia de home office em suas rotinas. Outras, por sua vez, ainda não confiavam no modelo e até duvidavam de sua capacidade produtiva. Imagino que pensavam: o indivíduo em casa vai se atarefar com outras demandas e não vai executar o de que precisamos, melhor tê-lo sob os olhos de gestores; assim garantimos nossa produtividade.

Acontece que, nos últimos três meses, as organizações foram praticamente obrigadas a se reinventar. Como manter seus funcionários na base, diante de uma pandemia nova e cujo nível de transmissão é altíssimo? Aquelas que já adotavam a metodologia de home office continuaram seus trabalhos normalmente e sem grandes impactos, enquanto as demais, que ainda não estavam acostumadas com o cenário, precisaram se adaptar e não tiveram muito tempo para isso.

Estou certa de que essa foi uma experiência que veio para ficar. Aquelas empresas que ainda não trabalhavam com essa metodologia gostaram do experimento. Apesar dos diversos desafios – por exemplo: garantir uma rede privada que suporte os acessos e demandas pelos diversos colaboradores, a segurança da informação e tantas outras vulnerabilidades causadas pela tecnologia -, percebeu-se que, vencidos os principais pormenores, a produtividade obtida com colaboradores é igual ou superior à de antes.

Sobre produtividade, gostaria de dizer que algumas considerações precisam ser postas à mesa: não houve tempo hábil para organizar o novo método, portanto temos claramente a ausência de disciplina diante de algumas regras, que, no presencial, dificilmente seriam “burladas”. Refiro-me ao horário de almoço. Quando presencial, o colaborador cumpria com rigorosidade o tempo disponibilizado, diferente do que ocorre agora. Pessoas começam a trabalhar, almoçam 15 minutos, continuam trabalhando e não têm hora para terminar o expediente.

Outro fator que contribuiu para o aumento da produtividade é o medo do desemprego. Com uma crise econômica fortíssima e que atingiu a todos, colaboradores se viram expostos a possíveis desligamentos, o que fez com que eles trabalhassem ainda mais para que não fossem os escolhidos caso a empresa necessitasse executar redução de pessoal.

Confesso que, apesar de achar o modelo extremamente válido tanto para funcionários, quanto para a organização, planejá-lo e estruturá-lo é fundamental para que ele tenha longevidade. Não é saudável trabalhar 14 horas, sem tempo de descanso, e não é sustentável trabalhar por medo. Manter esse ritmo provocaria efeitos destrutivos a longo prazo.

Mais do que nunca, se esse é o novo normal, as empresas devem estruturar treinamentos específicos, criar ambientes adequados e dentro das possibilidades colaborar com infraestrutura: cadeira, notebook e suportes. Buscar o equilíbrio para manter a saúde do colaborador e do negócio é o melhor caminho a se seguir – e precisa começar agora!

*Karen Meirelles é associada I do Instituto Líderes do Amanhã.

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