A Igreja Católica vem perdendo fiéis em termos relativos aos evangélicos no Brasil. Em parte isso se deve à mensagem mais otimista e, convenhamos, materialista das denominações evangélicas, que em alguns casos se assimilam a um culto de autoajuda e prosperidade individual. Os católicos tendem a enaltecer mais a pobreza, o que dificulta o trabalho de "marketing".
Além disso, a ligação entre a Igreja Católica brasileira e a esquerda vem de longa data, e a CNBB mais parece a Conferência Nacional dos Bispos Bolivarianos. Isso para não falar da Teologia da Libertação, um casamento forçado entre Cristo e Marx, sendo que este ofusca totalmente aquele.
Nesse ambiente, os católicos precisam se adaptar, mudar. Alguns querem uma "modernização" da Igreja, como aceitar ordenamento de padre casado ou uma mensagem mais "progressista". Rogo para que a Igreja resista a tais tentações e não se torne "descolada", uma vez que seu grande valor, creio, está justamente no peso da tradição. Nesse sentido, só posso aplaudir o Papa Francisco por resistir à pressão no Sínodo e não aceitar "padres" casados, e também por ter criticado a ideologia de gênero em seu novo livro.
Mas acho que o Papa errou feio ao dar esse palco todo ao condenado Lula. É verdade que, como Papa, Francisco deve receber seus fiéis, não importa seus pecados. O perdão, aliás, é um dos grandes ensinamentos do cristianismo. Mas para haver perdão é preciso haver, antes, arrependimento. O Padre Brown, de Chesterton, sempre batia nessa tecla, e suas histórias eram belas pelo poder de recuperação do indivíduo.
Lula, porém, não demonstra qualquer sinal de arrependimento. Ao contrário: disse, esses dias mesmo, que não tinha que fazer autocrítica coisa alguma. Segue um psicopata, incapaz de ter consciência pesada. E foi se encontrar com o Papa para montar um circo político, para alimentar sua narrativa tosca, e de olho no eleitorado. Ele mesmo confessou recentemente que o PT tinha de atrair novamente os crentes.
Ou seja, o Papa Francisco aceitou participar de um teatro asqueroso, e fez isso sorridente! "Memes" circulam pelas redes sociais mostrando um Papa bem mais sério e até sisudo em encontros com governantes mais à direita, como Trump e Macri, e cheio de amor para dar a esquerdistas radicais como Kirchner, Maduro e até o falecido tirano Fidel Castro. O Papa é pop, e também "progressista". O argentino Bergoglio parece predominar nessas horas, o que é uma lástima.
Se Lula fosse em busca de perdão, portanto, eu seria o primeiro a reconhecer o direito ou mesmo o dever de Papa Francisco recebê-lo. Mas Lula foi atrás de holofotes e votos, foi blindar sua imagem podre usando a santidade do Papa, e demonstrou asqueroso cinismo ao receber a bênção, ele que usou até o enterro da própria esposa como palanque político!
O que Lula tem a dizer sobre "justiça social" ou sobre juventude? Não é possível passar pano aqui, nem mesmo o mais católico de todos: o Papa Francisco errou, e o Vaticano deu um tiro no pé. Se a ideia era atrair novos fiéis, resgatar parte do rebanho perdido, então a estratégia foi mesmo a pior possível. Todo católico sério está um tanto envergonhado hoje, e com razão...
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