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Rodrigo Constantino

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Impactos do coronavírus no mercado de trabalho do Rio de Janeiro

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Por Marcel Balassiano, publicado pelo Instituto Liberal

O IBGE lançou a pesquisa Pnad Covid, similar à pesquisa Pnad Contínua, sobre o mercado de trabalho, mas com algumas informações novas e específicas sobre a crise.[1] Porém, como as amostras são diferentes, as pesquisas Pnad Covid e Pnad Contínua não podem ser comparadas.

Neste artigo há uma análise da situação do mercado de trabalho do Estado do Rio de Janeiro em junho de 2020, segundo mês com dados da Pnad Covid para os estados. Além dos dados fluminenses, há uma comparação relativa dos dados do RJ em comparação com os demais 25 estados brasileiros e o DF e o quanto o RJ representa do Brasil em termos de pessoas desocupadas, informais, etc.

O Gráfico 1 mostra um resumo da situação do mercado de trabalho do Rio de Janeiro em junho de 2020. Segundo dados da Pnad Covid do IBGE, em junho havia quase um milhão de pessoas desocupadas (978 mil) e 6,7 milhões de pessoas ocupadas no RJ. A soma de pessoas desocupadas e ocupadas é a força de trabalho fluminense, com 7,7 milhões de pessoas. Além disso, também há 2,1 milhões de pessoas fora da força de trabalho, que não são ocupadas e que não procuraram trabalho na semana de referência, mas que gostariam de trabalhar. Desse contingente, 74% (1,5 milhão) não procuraram trabalho em função da pandemia ou por falta de trabalho na localidade. Se somarmos essas pessoas fora da força de trabalho (2,1 milhões) com a força de trabalho (7,7 milhões), chegamos na “força de trabalho ampliada” fluminense, com 9,8 milhões de pessoas.

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O Gráfico 2 se refere às 6,7 milhões de pessoas ocupadas no Estado do Rio de Janeiro. Deste total de pessoas ocupadas (PO), 18,5% (1,2 milhões) são pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social e 3,3% (221 mil) de pessoas afastadas do trabalho por motivo diferente do distanciamento social. O percentual de pessoas trabalhando na informalidade[2] era de 31,9% (2,1 milhões). Já a taxa de pessoas ocupadas não afastadas do trabalho, que trabalhavam de forma remota, em proporção das pessoas ocupadas não afastadas do trabalho, é de 22,8% (1,2 milhões).[3] Outros correspondem a 28,6% da PO (1,9 milhões).

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Para se ter uma dimensão melhor da situação do mercado de trabalho, não se deve olhar somente para as pessoas desocupadas (quase um milhão, no RJ). Além destas, também pertencem ao grupo das pessoas mais vulneráveis do mercado de trabalho as pessoas não ocupadas que não procuraram trabalho, mas gostariam de trabalhar (2,1 milhões) e as pessoas ocupadas na informalidade (2,1 milhões). Então, em junho de 2020 havia 5,2 milhões de pessoas numa situação mais vulnerável do mercado de trabalho no Estado do Rio de Janeiro, o que corresponde a pouco mais da metade da força de trabalho ampliada (53,1%).

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A Tabela 1 compara seis variáveis do RJ com o Brasil, e a diferença entre ambos, para o mês de junho. Além disso, mostra a posição relativa do Rio de Janeiro em comparação com os demais estados brasileiros e DF (27, no total). De acordo com dados da Pnad Covid, a taxa de desemprego fluminense foi de 12,7%, 0,3 p.p. acima da média nacional,[4] sendo a 16ª maior taxa de desemprego dentre as 27 localidades. A taxa de informalidade, em proporção da população ocupada, foi de 31,9% no RJ, quase 3,0 p.p abaixo da taxa no Brasil (34,8%). O RJ é o sétimo estado com a maior taxa de informalidade do Brasil. O estado fluminense foi o 16º na classificação das pessoas não ocupadas e que não procuraram trabalho por causa da pandemia ou da falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar. A taxa foi 15,8% no RJ, 1,2 p.p. acima do dado do Brasil. No grupo de pessoas numa situação mais vulnerável do mercado de trabalho, há 53,1% da força de trabalho ampliada do RJ, 2,2 p.p. abaixo da média nacional (55,4%). A posição relativa do RJ dentre os 26 estados e o DF é a décima.

Sobre os quesitos mais relacionados à crise do coronavírus, 18,5% da população ocupada fluminense estava afastada do trabalho que tinha devido ao distanciamento social, 4,3 p.p. acima da média do Brasil (14,2%), sendo 15º a posição relativa do Rio. Finalmente, 22,8% da população ocupada do RJ estava trabalhando de forma remota (em proporção da população ocupada não afastada do trabalho), 10,1 p.p. acima do dado brasileiro (12,7%). O Estado do RJ ocupa o 26º lugar nesse quesito, “perdendo” apenas para o Distrito Federal que é a localidade brasileira com mais pessoas trabalhando remotamente, com 25,8%, e São Paulo é a 25ª nesta classificação, com 18,0%.

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A Tabela 2 mostra a proporção de pessoas do Rio de Janeiro em relação ao Brasil. Quase um milhão de pessoas desocupadas no RJ representam 8,3% dos desempregados brasileiros; os mais de dois milhões de trabalhadores informais do Rio de Janeiro representam 7,4% dos informais brasileiros; 8,6% das pessoas não ocupadas e que não procuraram trabalho por causa da pandemia ou da falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar, é a taxa de pessoas nessa situação no RJ em proporção dos brasileiros; os mais de 5 milhões de fluminenses numa situação mais vulnerável do mercado de trabalho correspondem a 7,7% dos brasileiros nesta situação; as pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social no RJ representam 10,5% deste contingente no Brasil; e, finalmente, as pessoas trabalhando de forma remota no Rio de Janeiro representam 13,8% dos brasileiros trabalhando desta forma.

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Essas são as informações divulgadas pelo IBGE, segundo a pesquisa Pnad Covid com dados estaduais, mostrando a situação do mercado de trabalho no Rio de Janeiro em junho de 2020, com os impactos da crise do coronavírus.

[2] As pessoas foram classificadas como trabalhadores informais quando eram ocupadas como: empregado do setor privado sem carteira; trabalhador doméstico sem carteira; empregador que não contribui para o INSS; trabalhador por conta própria que não contribui para o INSS; e trabalhador não remunerado em ajuda a morador do domicílio ou parente.

[3] 17,8% é a taxa de pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho, que trabalhavam de forma remota em proporção da PO. Essa taxa (17,8%) se junta as outras quatro taxas (18,5%, 3,3%, 31,9% e 28,6%) para somar 100% da população ocupada.

[4] A taxa de desemprego no trimestre móvel terminado em junho para o Brasil foi de 13,3%, segundo dados da Pnad Contínua mensal do IBGE. Como são pesquisas diferentes, com amostras diferentes, não se pode compará-las. A taxa de 12,4% refere-se a pesquisa Pnad Covid mensal de junho. Segundo os dados semanais da Pnad Covid, a taxa de desemprego brasileira foi de 13,1% para o período entre 12 e 18 de julho.

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