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O PT e seus "influencers", como o imitador de focas, colocaram grande energia recentemente nos ataques ao Estadão, por conta da reportagem que mostrou a "dama do tráfico" como alguém influente no governo, a ponto de ter passagem paga por Ministério e ser recebida por pastas importantes. O PT não gostou da verdade exposta.

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O tradicional jornal tucano, então, publicou um editorial em que constata que a democracia do PT é "com aspas", ou seja, não é para valer. Diz o jornal: "Ao compartilhar acusação infundada contra este jornal, o PT mostra que a prometida defesa da democracia não passava de patranha. Os petistas sempre hostilizaram a imprensa livre".

Ora, se os petistas sempre hostilizaram a imprensa livre, então por que cargas d'água o jornal resolveu apostar na "prometida defesa da democracia", que, agora ele se dá conta, "não passava de patranha"? Não caberia ao menos um enorme pedido de desculpas ao país por ter feito papel de bobo desse jeito?

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João Luiz Mauad comparou a "ingenuidade" do jornal àquela de uma criança: "O choro do Estadão, ao constatar que a defesa da democracia prometida pelo PT era uma farsa, é digno de nota. Parece uma criança de 6 anos ao descobrir que Papai Noel não existe". Não existiam todos os sinais de que o PT faria exatamente isso? Não creio ter uma bola de cristal ao prever o óbvio.

Não custa lembrar que a velha imprensa estava, até ontem, dando apoio ao PL da Censura relatado por um comunista ligado ao PT e apoiado pelo PT em peso, além de ministros supremos que adoram uma censura. O jornal vai se arrepender em público por dar munição ao projeto de censura petista? Pouco provável. Claro que, para aliviar sua culpa, o jornal precisou colocar bolsonaristas no meio:

Há toda uma rede de veículos de comunicação a serviço do lulopetismo que se dedicam a destruir a reputação de jornalistas e de veículos independentes. O bolsonarismo certamente se inspirou nesse método do PT para, por sua vez, hostilizar a imprensa e os jornalistas. O “gabinete do ódio” bolsonarista é filhote dos “blogs sujos” – que recebiam generoso financiamento público dos governos petistas para atacar desafetos do partido.

Alguém em sã consciência pode mesmo comparar o modus operandi do PT com aquele dos bolsonaristas? O Estadão vai insistir nessa falácia de "gabinete do ódio", como se houvesse equivalência entre uma rede orgânica de apoiadores de Bolsonaro e a militância petista paga com recursos públicos para atacar adversários? O jornal conclui enaltecendo sua longa história de resistência democrática:

Mas os petistas perdem tempo e energia. Desde sua fundação, há quase 150 anos, este jornal nunca vergou diante da força bruta dos inimigos da democracia, e não serão os arreganhos dos sabujos de Lula da Silva que o intimidarão. Continuaremos a publicar tudo o que nosso jornalismo apurar, a respeito deste ou de qualquer outro governo, pois a função da imprensa responsável e livre é revelar aos cidadãos o que os poderosos querem esconder. Isso sim é democracia – sem aspas.

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O jornal nunca se vergou diante da força bruta dos inimigos da democracia, mas andou passando bastante pano para os abusos supremos, não? Teria, então, vergado-se diante do arbítrio supremo, pois seu alvo era o bolsonarismo? Onde estava o jornal quando jornalistas, como este que vos escreve, eram alvos de censura prévia e perseguição escancarada?