Odiar a Rede Globo é um dos passatempos preferidos de muita gente no país, à esquerda (PT) e à direita (Bolsonaro). O grupo é atacado como sendo "golpista de direita" pela esquerda radical, ou "agente comunista" pela ala bolsonarista, todos clamando por boicote (enquanto assistem aos jogos do Brasileirão ou mesmo ao Faustão).
Críticas são legítimas e até saudáveis. Considero inegável o fato de que há um viés "progressista" na programação da emissora. Seu jornalismo é tucano, coloquemos assim. Pautas como ambientalismo, LGBT e ideologia de gênero atendem aos apelos do politicamente correto, ou seja, da esquerda. A Globo seria como a CNN dos americanos: democrata e com desprezo pelo conservadorismo.
Dito isso, os detratores terão de esperar. Circulam boatos de que a empresa estaria inclusive em dificuldade financeira. Demissões de vários jornalistas alimentaram a tese recentemente. Bolsonaristas vibraram, como se já fosse consequência da guerra entre emissora e governo, e como se a dependência do estado fosse enorme no grupo. Não é bem assim.
O fato é que a Globo é uma máquina de gerar caixa, e sua situação financeira, a julgar pelo balanço fechado de 2018, é mais do que tranquila: é ótima! Vejam, por exemplo, quanto a empresa tinha em caixa e investimentos financeiros, no consolidado:
São mais de R$ 10 bilhões de reais em caixa e títulos líquidos! Do lado do passivo, há pouco mais de R$ 3 bilhões em empréstimos, de longo prazo, e cerca de um bilhão em adiantamento de clientes, parte natural do seu capital de giro. O patrimônio líquido, como consequência, está acima de R$ 15 bilhões. É uma empresa totalmente líquida, com baixo endividamento, e mereceria até críticas de analistas financeiros por conta do caixa excessivo, pouco eficiente para fins fiscais e alocação de recursos (a empresa não é, afinal, do setor financeiro, para concentrar tanto recurso em investimentos fora do core business).
Do lado dos resultados, o grupo faturou quase R$ 15 bilhões no ano passado, frente aos R$ 10 bi do ano anterior. Um crescimento expressivo, que levou a um lucro operacional de um bilhão de reais. A geração de caixa foi de R$ 2 bilhões no período, e a empresa pagou quase R$ 800 milhões em imposto de renda e contribuição social.
Entende-se a revolta de muitos fãs de Bolsonaro com a emissora, que demonstra certa má vontade com o presidente eleito. Compreende-se até a retórica inflamada dos passadores de pano do presidente, que sonham em ter um veículo de comunicação forte, e acreditam que o caminho para tanto é bajular o governo como se fosse perfeito, adotando postura chapa-branca incompatível com o jornalismo independente.
Mas os inimigos da Globo vão mesmo ter de aguardar a sua bancarrota, de preferência sentados. A empresa tem muita bala na agulha para bancar essa "guerra".
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