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"Nós concordamos em participar de um jogo em que o outro jogador (Lula) não deveria estar jogando. Mas se a gente concordou, não há mais do que reclamar. A partir daí, não adianta mais chorar, nós perdemos o jogo", disse o general Mourão, vice-presidente e eleito senador pelo RS.

Mourão acrescentou: "Deveria ter sido realizado quando o jogador que não deveria jogar foi (autorizado a jogar). Ali deveriam ter ido para a rua, buzina. Mas não fizeram. Existem 58 milhões de pessoas inconformadas, mas aceitaram participar do jogo. Então tem que baixar a bola. Aceitamos participar do jogo. Não considero que houve fraude na eleição. Mas um jogador não deveria estar jogando. Essa é minha visão".

Sim, aceitaram participar do jogo, pois não havia outra opção. Mas e se o jogo foi sujo? Essa é a sensação de muitos brasileiros. Não só Lula jamais poderia ser candidato num país sério, como o TSE não poderia ter se transformado numa espécie de puxadinho do PT, basicamente impedindo com censura o adversário de lembrar quem é Lula e o que ele fez no verão passado.

Isso é apenas a ponta do iceberg. Todos vimos comportamento suspeito por parte dos "donos da bola". A questão das inserções nas rádios, por exemplo. O relatório de uma auditoria independente concluiu que houve, sim, bastante tempo usurpado da campanha de Bolsonaro.

Mas além da partidarização do TSE, da censura, da perseguição a empresários "bolsonaristas", de todo esse empenho para favorecer um dos lados na disputa - aquele que sequer poderia participar - temos a questão da confiança nas urnas. Esse assunto está longe de desaparecer, apesar do jogo pesado do sistema, e da ingerência de Barroso no Legislativo, como ele mesmo se vangloria.

Com 70% das urnas apuradas até esta manhã, Netanyahu deve voltar a governar Israel. Boa notícia para os conservadores. Mas chama a atenção que uma Start-up Nation como Israel, líder em tecnologia, não tem contagem veloz como o Brasil. Ou o TSE é sinistro de eficiente - menos para monitorar as rádios, ou é sinistro em algum outro aspecto, como na pouca transparência…

Os petistas, tais como Gregorio Duvivier, ainda "tiram sarro" dos americanos por ficarem perplexos com a velocidade de nosso resultado. Pois é, tadinhos desses americanos, incapazes de criar uma urna tão veloz... ou será que aqueles que mandaram o homem à Lua na década de 1960 rejeitam isso por algum outro motivo?!

Tudo isso é passado, mas o povo nas ruas não: é presente, e tem assustado o sistema podre e carcomido. É impressionante! A primeira vez que um presidente "perde" e tem manifestação de apoio mesmo assim, enquanto o vitorioso viu festa nas favelas dominadas pelo tráfico e nos presídios, mas quase nada nas ruas...

O povo brasileiro não quer ver sua bandeira verde e amarela ser trocada por uma vermelha, não aceita a volta da corrupção e, acima de tudo, não engole a forma como a eleição ocorreu. É verdade que não há soluções mágicas aqui. Mas o protesto - se pacífico e ordeiro - representa um grito legítimo de quem sabe, no fundo, que houve jogo sujo.

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