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A vida de muitos mineiros já foi salva colocando-se um canário para cantar no local. Enquanto a cantoria segue seu curso, tudo bem. Mas quando o canário interrompe a performance, é sinal de que o gás inflamável que se solta nas minas de carvão pode estar em quantidade perigosamente elevada. Ou seja, é um alerta de que vem problema por aí.

Muitos já usaram a metáfora para se referir ao povo judeu. Quando o antissemitismo (ou judeofobia, termo que julgo mais correto) começa a recrudescer, então é sinal de que algo de errado acontece no mundo e que vem problema por aí.

Os judeus representam não só um grupo minoritário e relativamente fácil de ser identificado, como abraçam um monoteísmo ético que responde apenas ao seu Deus superior, não se dobrando ao relativismo moral vigente. Quando a convivência com tal rigidez ética se mostra insuportável para muitos, é sintoma de que o mundo está doente.

Historicamente, os judeus sofreram perseguições em diversas ocasiões, que invariavelmente representavam esses delicados e críticos momentos de inflexão e subversão de valores predominantes. O caso mais chocante, e relativamente recente, foi com o nazismo. Mas esse horror todo seria impensável sem a conivência ou cumplicidade de grande parte da população. Os judeus foram os principais alvos, mas era um aviso de que algo de muito podre estava no ar.

“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons“, disse Martin Luther King. Combater o aumento da judeofobia deve ser uma obrigação moral de todos que repudiam a injustiça. Mas também há razões pragmáticas para tanto: começam as perseguições com os judeus, mas nunca ficam restritas apenas a eles.

Até aqui resgatei um texto meu de 2015 nesta Gazeta, de tão atual que ele se mostra. O que vimos este fim de semana em Israel foi a face do mal em ação, a pura barbárie, um grupo terrorista sem causa alguma, que pretende simplesmente matar a maior quantidade de judeus que for capaz. Estupros de mulheres, matança generalizada com mutilações e gritos de euforia, crianças sequestradas: nenhuma causa geográfica justifica isso; é o mal em sua plena forma, nada mais.

E pensar que houve comemorações no Ocidente, em Nova York, em Paris, na Alemanha, na Austrália, no Brasil. E pensar que há uma esquerda boçal que aplaude esse tipo de barbárie pois mascara seu ódio aos judeus na "condenação ao sionismo", acusando Israel de ser um estado colonialista, invasor e ilegítimo.

Nunca a existência do Estado de Israel se mostrou tão indispensável. O povo judeu é perseguido há milênios, e sempre que o mundo caminha para crises morais e existenciais maiores, os judeus são os alvos prioritários. Mas nunca os ataques ficam restritos a eles. Os seres humanos do Hamas - pois são, infelizmente, seres humanos - com atitudes monstruosas contra crianças e mulheres declararam guerra à própria civilização ocidental. E não faltam esquerdistas demoníacos que celebram esse mesmo ódio aos valores judaico-cristãos.

É a Pax Americana que está ameaçada hoje por um eixo do mal que reúne os piores regimes do planeta, como China, Rússia e Irã, além de satélites como Nicarágua, Venezuela, Cuba - e, infelizmente, cada vez mais o nosso Brasil sob o lulismo nefasto.

Mas os valores ocidentais já enfrentaram inimigos poderosos antes, alguns de dentro do portão, e sobreviveram. São muitos os inimigos da liberdade, da tolerância, do amor, da vida humana sagrada. Mas seus defensores estão em maior número. E vamos prosperar uma vez mais.

A começar por Israel, que representa justamente essa resistência moral em meio a bárbaros. Os terroristas do Hamas acharam que iriam quebrar o espírito judeu com as imagens chocantes que divulgaram de seus atos indescritíveis. Agora eles vão conhecer de perto a força militar de Israel. É preciso encarar a face do mal e derrotá-lo. É o que Israel pretende fazer. Com o apoio de todo ser humano decente que ainda habita este planeta.

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