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"Você pode nos dizer o que tem consultado para responder nossas perguntas?", quis saber um senador republicano durante a sabatina da juíza Amy Coney Barrett, apontada por Trump para a Suprema Corte. Ela, então, mostrou um caderno em branco. "Tem algo escrito?", perguntou o senador. E ela respondeu: "O cabeçalho diz Senado dos Estados Unidos". "Impressionante", constatou o senador.
Amy Barrett tem um currículo excepcional, trabalhou com o respeitado juiz Antonin Scalia, indicado para a Suprema Corte por Ronald Reagan. Ela é mulher, jovem, bonita, mãe de 7 filhos, dois deles adotados no Haiti. Por qualquer critério objetivo que se possa julgar, ela é aquilo que as feministas chamariam de "mulher empoderada".
Chamariam, eu disse, mas não chamam. E o motivo é simples: Amy é uma cristã conservadora, foi indicada por Trump, e isso basta para demoniza-la. Até mesmo com sua roupa discreta as mulheres do Partido Democrata já implicaram!
Por ela não ser uma abortista, isso gera desconfiança. Por ela não ser uma ativista militante que pretende usar a Corte para legislar em vez de aplicar a Constituição, isso a torna alvo dos "progressistas". Incapazes de desconstruir sua reputação ilibada e seu notório saber jurídico, os opositores apelam para picuinhas, e com isso expõem o grau do radicalismo democrata.
Não toleram juízes na Suprema Corte, pois sua visão para o Judiciário é a de uma extensão do poder Legislativo. Na verdade, até mais: desejam governar por meio da Suprema Corte, pois assim podem até perder nas urnas, mas preservam o poder. Querem alguém ali que vai "empurrar a história", não respeitar as leis.
É um abismo em relação ao que os "pais fundadores" como Hamilton desejavam para o Poder Judiciário. Mais um motivo para quem tem apreço pelo império das leis torcer pela reeleição de Trump...