O ex-presidente Jair Bolsonaro.| Foto: EFE/Andre Borges
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Após o Estadão criticar abusos supremos nesta segunda (17), aceitando a premissa falsa de que o inquérito das Fake News começou legítimo, hoje foi a vez de a Folha de SP dar aquela “viajada na maionese” ao pedir um julgamento sem política para Jair Bolsonaro no STF. Ao ler os editoriais dos principais jornais do país, fica-se com a clara impressão de que seus responsáveis vivem em outro país ou estiveram hibernando nos últimos anos.

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A imprensa, salve raras e honrosas exceções como a Gazeta do Povo, tem sido parte do problema, não da solução. Fingir que um julgamento imparcial para Bolsonaro é sequer possível com essa composição do STF é uma ofensa à inteligência do público. Mas é exatamente o que fez a Folha de SP em sua conclusão:

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“Sobre os julgadores, espera-se que se mantenham equidistantes de acusação e defesa, adotem todos os procedimentos garantidores do amplo contraditório e do devido processo legal e formem seu juízo em bases estritamente técnicas. Um processo impecável, a despeito do seu desfecho, terá sido o maior legado do tributal constitucional nesse caso.”

Até as pedras sabem que o julgamento é político desde o começo, que o STF vem perseguindo Bolsonaro e seus apoiadores, tudo com a narrativa estapafúrdia do “golpe armado” sem armas

Parece uma piada, mas de muito mau gosto! Flávio Dino, o comunista que até “ontem” era ministro de Lula, comparou Bolsonaro com o Demônio. Cristiano Zanin era o advogado de Lula não faz muito tempo, e já se considerou suspeito em outro caso envolvendo o ex-presidente. Luís Roberto Barroso, que “garante” a imparcialidade do julgamento, foi o mesmo que se vangloriou, num convescote de comunistas da UNE, por ter “derrotado o bolsonarismo”.

A Folha não quer ser levada a sério, portanto, quando finge ser possível um julgamento técnico neste caso. Até as pedras sabem que o julgamento é político desde o começo, que o STF vem perseguindo Bolsonaro e seus apoiadores, tudo com a narrativa estapafúrdia do “golpe armado” sem armas. Mas a Folha coloca a culpa no próprio Bolsonaro, sem citar a escancarada parcialidade do TSE e do STF durante as eleições:

“Bolsonaro teria toda a legitimidade para dedicar-se exclusivamente à política partidária como o maior líder da oposição – com chances ponderáveis de eleger-se de novo presidente – caso tivesse seguido as boas práticas na disputa eleitoral de 2022. Bastava que se abstivesse de discursos e articulações subversivas antes e depois de ser derrotado nas urnas. Porque decidiu seguir outro caminho, o da radicalização e do flerte com soluções autoritárias, seu caso se tornou judicial, deixando de ser político.”

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O jornal esquerdista nada fala sobre as decisões autoritárias de Alexandre de Moraes durante a disputa eleitoral, da censura a jornais como a Gazeta do Povo, que ficou impedida de fazer jornalismo e demonstrar os elos históricos de Lula com ditadores comunistas, da perseguição aos comentaristas conservadores da Jovem Pan, da proibição a Bolsonaro de usar imagens em sua campanha.

Era um jogo de cartas marcadas, mas a Folha finge que foi uma eleição limpa, isenta e transparente. Algum leitor acredita nessa farsa? Bom, talvez aquele disposto a seguir como assinante de um jornal que tem tanta imparcialidade quanto o próprio STF quando se trata de Bolsonaro...

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]