A mensagem no Twitter do gerente-geral do Houston Rockets, Daryl Morey, em apoio aos protestos contra a China em Hong Kong, continua repercutindo nos bastidores da NBA. Questionado por jornalistas sobre o episódio, um dos maiores astros da liga na atualidade, LeBron James, do Los Angeles Lakers, criticou o dirigente e o chamou de mal-informado sobre o que definiu como uma "situação muito delicada, muito sensível".
"Muita gente pode sair machucada, não só financeiramente, mas fisicamente, emocionalmente, espiritualmente. Precisamos ser cuidadosos com o que tuitamos e com o que falamos e fazemos", disse LeBron. “Sim, temos liberdade de expressão, mas também pode haver muitos aspectos negativos por causa disso”, acrescentou. Os chineses representam um mercado estimado em 500 milhões de consumidores de produtos da maior liga de basquete do mundo.
LeBron, astro milionário, foi alvo de vários ataques por sua insensibilidade para com os que lutam por liberdade em Hong Kong. Diante da repercussão negativa, o jogador esperou dias para uma resposta, e o emendo foi pior que o soneto: LeBron achou de bom tom bancar a vítima! "Deixem-me esclarecer esta confusão. Não creio que tenha havido consideração para as consequências e ramificações do tuíte. Não discuto o conteúdo. Outras pessoas podem falar sobre isso. Minha equipe e eu acabamos de passar por uma semana difícil. As pessoas precisam compreender as consequências que um tuíte ou uma declarações podem ter nos outros. E acredito que ninguém parou para pensar o que aconteceria. Ele poderia ter esperado uma semana”, escreveu.
Semana difícil? Que tal pensar na semana difícil de quem vem sendo vítima de opressão pelo PCC em Hong Kong? O ditador chinês, horas depois da mensagem do jogador, chegou a dizer que os ativistas seriam massacrados, esmagados. Talvez os que lutam por liberdade em Hong Kong estejam vivendo semanas mais difíceis do que o astro da NBA, que pode no máximo deixar de ganhar alguns milhões extras com essa confusão.
LeBron disse ainda que não é político, tirando seu corpo fora. Mas é o mesmo que fez campanha para Hillary Clinton, que demonizou os eleitores de Trump, que dá pitaco sobre a política imigratória do país. Pelo visto sua expertise política é bem seletiva.
Falta coragem a essa turma. Coragem, não custa lembrar, exige colocar o seu na reta, assumir algum risco, aceitar a possibilidade de perda. Gostam muito de elogiar a suposta coragem de quem chama Trump de nazista, mas isso não oferece risco algum. Já mexer com o regime ditatorial chinês sim. Ali o buraco é bem mais embaixo. E eles se calam...
