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Quem não sofre de amnésia deve lembrar como a nossa imprensa tentou colocar o presidente Bolsonaro como um defensor ou mesmo capacho do ditador Putin nessa guerra da Ucrânia. Isso porque Bolsonaro, por pragmatismo, tentou manter o país o mais neutro possível no conflito, cioso de que seria necessário importar insumos russos necessários para nosso agronegócio.
O Brasil se posicionou na ONU em defesa da Ucrânia, o país imediatamente ofereceu visto humanitário para refugiados ucranianos, mas o presidente precisa pensar no país como um todo, é a diferença entre ser estadista ou ser militante. Não obstante, os mesmos que sempre pediram maior pragmatismo de Bolsonaro quando o assunto era China ou Argentina, por exemplo, passaram a demoniza-lo por conta da "neutralidade" na guerra.
Nada como o tempo, porém, sempre amigo da razão. Não foi Bolsonaro o brasileiro incluído numa lista com 78 nomes de "personas non gratas" por Zelensky. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo PT, foi incluído pelo governo ucraniano em uma lista de “oradores que promovem narrativas consonantes com a propaganda russa”. Ele é o único brasileiro que integra o relatório feito pelo Centro de Combate à Desinformação do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia.
A publicação atribui duas narrativas pró-Russia ao petista: "A Rússia deve LIDERAR a "Nova Ordem Mundial” e “ Zelensky é o culpado pela guerra assim como Putin”. O governo ucraniano não especificou quando nem em que contextos as frases teriam sido ditas. Não há registro de quando a primeira declaração teria sido feita por Lula.
Sobre a segunda, a declaração foi dada pelo petista em maio de 2022 à revista americana Time. O ex-presidente disse que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é tão responsável pela guerra na Ucrânia quanto o líder russo, Vladimir Putin. "Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin", afirmou Lula à jornalista Ciara Nugent. "Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece no parlamento inglês, no parlamento alemão, no parlamento francês como se estivesse fazendo uma campanha. Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação". Lula ainda afirmou que Zelensky "quis a guerra".
À Time, Lula ainda ponderou que Putin não deveria ter invadido a Ucrânia, mas disse que os Estados Unidos e os países da União Europeia também são culpados pelo conflito. Na visão de Lula, esses atores poderiam ter "resolvido o problema" se tivessem negado a entrada da Ucrânia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e na União Europeia. "Os europeus poderiam ter resolvido e dito: ‘Não, não é o momento de a Ucrânia entrar na União Europeia, vamos esperar’. Eles não precisariam fomentar o confronto!".
Lula já chegou a simplificar o conflito de forma infantil e oferecer uma "solução" bizarra: uma conversa numa mesa de bar. Uma cervejinha e tudo seria resolvido de forma pacífica! Eis o tipo de "diplomacia" oferecida por Lula, o fundador do Foro de SP em 1990 ao lado do tirano Fidel Castro, para resgatar na América Latina o que havia se perdido no Leste Europeu, ou seja, o comunismo.
Lula coloca sua ideologia acima dos interesses nacionais, e o Itamaraty virou um antro dos "barbudinhos" durante seu governo. O Mercosul se tornou uma camisa de força ideológica, prejudicando nossas empresas. Em vez de ser "rabo de baleia" na crista da onda da globalização, o PT optou por transformar o Brasil em "rabo de sardinha", ao deixar que países pequenos abusassem de nossas empresas. O eixo sul-sul seria priorizado pelo PT de Lula, por questões puramente ideológicas. O ranço do antiamericanismo infantiloide sempre se mostrou presente na mentalidade petista.
Por isso a simpatia pela Rússia ou pela China, sem falar de Irã e Venezuela, ou ditaduras comunistas africanas. Lula enxerga ideologia antes de pragmatismo, e adota a ideologia mais nefasta de todas, que é o socialismo. É por conta disso que fez as declarações contra o governo ucraniano, tentando relativizar a agressão imperialista russa. Agora entrou para essa "lista negra" de Zelensky. Enquanto isso, nossa imprensa insiste na narrativa de que é Bolsonaro o "companheiro" de Putin. O que seria da nossa mídia sem suas narrativas furadas?