A esquerda não liga para os fatos, apenas para a narrativa. Sempre foi assim, caso contrário, nem haveria mais esquerda, após tantos fracassos constantes de suas ideias.
E como tudo que importa é a narrativa, Lula ainda insiste na "tese" patética de que é um perseguido político, de que está preso não porque roubou, recebeu propina de empreiteira ou algo do gênero, mas sim porque "as elites" não suportam um metalúrgico popular que ajudou os mais pobres.
Esse discurso, convenhamos, só seduz um completo imbecil. Mas jamais devemos subestimar a quantidade de imbecis no mundo. E é nisso que o PT aposta. Daí a tentativa ridícula de comparar Lula a Mandela. Mas o editorial do GLOBO colocou os pingos nos is:
Também faz parte de sua trajetória única ser um ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, na Operação Lava-Jato, resultado da descoberta, pela força-tarefa de Curitiba, de um esquema bilionário de transferência criminosa de dinheiro do caixa da Petrobras para políticos do PT e aliados. E agora, o ex-presidente do Brasil preso se recusa a sair da cadeia, outro fato inusitado.
[...] A explicação está na política, atividade a que Lula se dedica a vida inteira sem descanso. Não seria diferente na sua prisão — que transformou em um comício —, como não foi durante o processo a que respondeu por ter sido beneficiado na obtenção de um tríplex no Guarujá, da empreiteira OAS, interessada em gordos contratos na Petrobras, sob controle do PT.
[...] Às favas com as provas documentais e testemunhais, assim como com o fato de a condenação do ex-presidente, pelo juiz Sergio Moro, ter sido confirmada em segunda instância por outros magistrados. O processo também passou pelo teste do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a terceira instância.
Mas o ex-presidente, mestre da vitimização, se recusa a perder este discurso, mantido por parcelas do do PT unidas em torno do mantra “Lula livre”.
[...] Agora, a missão é formatar e fortalecer a imagem de “Lula herói”, depois da tentativa persistente da construção do “Lula injustiçado”. Contraria este projeto aceitar a progressão de pena.
Essa postura oportunista e calculada de Lula também foi tema da coluna de Merval Pereira no mesmo jornal. Eis um trecho:
Também a defesa de Lula pediu que seja retomado o mais rápido possível o julgamento sobre a parcialidade do então juiz Sérgio Moro, na tentativa de anular a condenação de Lula no caso do triplex, pelo qual foi condenado a 8 anos e 10 meses de cadeia em regime fechado.
É nesse processo que está a esperança do ex-presidente de ser libertado sem dever nada à Justiça, ao contrário, saindo com o atestado do STF de que foi perseguido e injustiçado. É por isso que ele está se recusando a aceitar a progressão da pena para o regime semiaberto.
Caso semelhante aconteceu em Portugal, onde o ex-primeiro-ministro José Sócrates se recusou a usar tornozeleira, e o juiz do caso decidiu mantê-lo no regime fechado. Em Portugal o condenado tem o direito de não aceitar condicionantes para a progressão de pena, o que no Brasil é controverso.
[...] Lula diz que só aceita sair se for inocentado ou se o julgamento for anulado e provarem que ele é inocente, exigências que não existem na lei. Algumas pessoas gostam de comparar Lula a Mandela, numa ação política risível, a começar pelo fato de que Mandela era um preso político, enquanto Lula é um político preso, condenado por corrupção.
No caso do sul-africano, a liberdade era uma concessão do governo racista da África do Sul a Mandela, e não baseada nas leis do país, e ele recusou. Lula conseguiu a progressão da pena porque cumpriu um sexto dela, e não por bondade dos órgãos de Justiça.
Enfim, Lula continua sendo o mesmo oportunista canalha de sempre, lutando apenas por seus interesses, mentindo, enganando, bancando o "herói da resistência" enquanto não passa de um bandido comum, um criminoso corrupto.
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