Desejar a morte de alguém – de qualquer pessoa – seria uma postura inadequada para um cristão? Há controvérsias. Creio que talvez nem o mais fiel dos crentes veria muito problema em alguém desejar a morte de Hitler no meio do Holocausto.
Claro que daí não se conclui que há nobreza em se desejar a morte de todas as pessoas ruins, ou pior, desafetos políticos, como fez Hélio Schwartsman ao desejar a morte de Jair Bolsonaro numa coluna da Folha.
Mas o fato é que monstros existem, e é natural querer vê-los longe do poder que usam para praticar suas monstruosidades. Era o caso de Ebrahim Raisi, presidente do Irã apelidado de "carniceiro do Teerã" pela carnificina que promovia contra inocentes.
Raisi estava num helicóptero antigo americano, voando em áreas montanhosas num dia nublado. A queda foi confirmada pelo regime iraniano, mas não faltaram apressados para responsabilizar Israel. Teve até jornal que caiu em pegadinha do agente Eli Kopter como responsável pela sabotagem, tamanho o desejo de culpar Israel. Fosse obra da Mossad, acho que merecia aplausos. Mas tudo indica que foi acidente mesmo.
O Brasil lulista ingressou com vontade no Eixo do Mal, virando um pária global. Lula aproximou o país de regimes abjetos.
Se pode haver alguma controvérsia em se desejar ou não a morte de gente ruim como Raisi, sendo seu legado, nas palavras de Guga Chacra (para não falarem que é picuinha de conservador), a "enorme repressão a manifestantes contra a obrigatoriedade do uso véu", além de nos anos 1980 também ter ficado marcado como "o juiz responsável por condenar milhares de pessoas à morte, sendo muitas delas por enforcamento", o que dizer de lamentar esta perda?
Aí vai a longa distância que separa gente decente de crápulas defensores de tiranos, terroristas e assassinos em geral. Basta ver, aliás, quem lamentou a morte: o Hamas, o Hezbollah e os Houthis, ou seja, os grupos terroristas bancados pelo regime dos fanáticos xiitas do Irã. Raisi era cotado para assumir o lugar de Khamanei, que tem 85 anos e saúde frágil.
E Lula, o que fez? Ora, claro que se juntou ao time dos nefastos, uma vez mais. O presidente lamentou a morte do carniceiro: "Com pesar soube da confirmação da morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi e do seu chanceler, Hossein Amir Abdollahian e de todos os passageiros e tripulação, após a queda de seu helicóptero. Minhas condolências aos familiares de todas as vítimas, ao governo e ao povo iraniano", escreveu o presidente em seu perfil na rede social X.
A fala é semelhante à declaração do Ministério das Relações Exteriores, que afirmou que o governo brasileiro recebeu a notícia "com profunda consternação", também expressando "sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pelas irreparáveis perdas". Será que se fosse Javier Milei no helicóptero haveria uma nota com tanto pesar?
O Brasil lulista ingressou com vontade no Eixo do Mal, virando um pária global. Lula aproximou o país de regimes abjetos como Cuba, Venezuela, Nicarágua, Rússia, China e Irã, enquanto nos afasta do Ocidente, de Israel e de democracias robustas com garantias às minorias. Similis simili gaudet, ou seja, os semelhantes regozijam-se entre si.
Enquanto isso, a velha imprensa brasileira tenta aproximar o carniceiro da direita, falando, como fez o Estadão, em "ultraconservador". Ora, ser "conservador" no sentido de fanatismo xiita não tem absolutamente nada a ver com o conservadorismo ocidental, de se preservar tradições e valores morais da civilização judaico-cristã. Usar a mesma expressão é tática deliberada para confundir o leitor.
O fato é que o regime nazista iraniano tem a simpatia dos comunistas, tanto que, além de Lula, o PCO postou nota de pesar e disse: "Descanse em paz, companheiro". O comunismo está ligado ao islamofascismo pelo ódio comum ao Ocidente. Os conservadores ocidentais estão todos indiferentes ou comemorando a morte do carniceiro, como o povo iraniano vítima do regime. Enquanto isso, os "progressistas" estão tristes com a perda do "companheiro". Isso diz tudo sobre quem realmente flerta com o nazismo atualmente...
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