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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Mamãe, me lasquei!

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O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou por unanimidade o relatório do deputado Delegado Olim (SP) que recomenda a cassação do também deputado Arthur Moledo do Val (União Brasil), conhecido como Mamãe Falei. Foram dez votos a zero. Agora o processo segue para o plenário da casa, que votará pela cassação do mandato ou pela absolvição do parlamentar.

Mamãe Falei é julgado pela Assembleia por conta de áudios machistas que fez sobre mulheres da Ucrânia. Ele viajou em março ao país que passa por guerra contra a Rússia e disse, em uma gravação direcionada a amigos, que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”. Por conta do episódio, deixou o Podemos e abandonou a pré-candidatura ao governo estadual.

Durante a votação, uma pequena claque de jovens desocupados apoiava o deputado. Garotos imberbes são tudo o que restou ao MBL, um movimento que teve o seu protagonismo durante as manifestações pelo impeachment de Dilma, e que por isso acabou enganando muita gente - eu mesmo inclusive, mea culpa.

Tão logo ficou claro para mim que os "garotos" só tinham mesmo um projeto particular de poder, e nada mais, e que essa fama havia subido às suas cabeças, passei a critica-los em público. O líder do grupo, Renan Santos, tentou me intimidar com mensagens agressivas de áudio, achando que "mandava" em mim. Fiquei ainda mais desconfiado com a postura e subi o tom das críticas. Um exército de militantes e robôs passou, então, a me atacar nas redes sociais de uma forma que petistas e bolsonaristas jamais fizeram. Tive a certeza de que estava lidando com um movimento sujo, sob uma liderança podre.

Para piorar o que já era ruim, os integrantes do MBL, Arthur principalmente, passaram a afirmar que eu era um "vendido", que recebia grana de empresário bolsonarista para "defender" o governo. Não era nem insinuação, mas afirmação leviana, falsa, irresponsável. Arthur do Val fez isso no programa Pânico, com palavras e gestos, e também em seu canal do YouTube.

Confesso, portanto, que essa merecida cassação tem um sabor de vingança pessoal, além da necessária limpeza na política paulista. Foi feita a justiça no Conselho de Ética, e espero que o plenário chancele. O áudio não é apenas machista, como muitos dizem; é abjeto, asqueroso e demonstra total falta de empatia para com o próximo. Arthur estava num cenário de guerra, vendo mulheres refugiadas, desesperadas, que têm feito de tudo para tentar se salvar ou salvar seus filhos. E foi nesse contexto que o "rapaz" pensou apenas em se dar bem sexualmente, para explorar essas moças. Isso beira à psicopatia!

O gado do MBL alerta que isso abre perigoso precedente. São os mesmos que aplaudiram a perseguição absurda ao deputado federal Daniel Silveira. São os mesmos que se uniram ao PT e ao PSOL para pedir impeachment sem embasamento do Bolsonaro. Ou seja, são hipócritas, nada mais. E no caso dessa provável cassação, o precedente parece fazer sentido: é quebra inaceitável de decoro demonstrar esse tipo de mentalidade.

Pode não haver crime no áudio, mas do ponto de vista político é mortal sim, e deveria ser. O deputado quis cair "atirando" e denunciou - agora - podres de cada um dos seus colegas. Pode ser que na Alesp tenha gente ainda pior do que ele, criminosa mesmo, e não apenas indecente. Mas mesmo assim sua atitude demonstra, uma vez mais, falta de humildade e dignidade. Ele repete que "errou", mas age assim porque, no fundo, considera um deslize pequeno o que fez. Não entende sequer a gravidade. Não foi um "erro", mas sim uma exposição em público de seu verdadeiro caráter - ou melhor, da completa falta dele.

O MBL derrete, e é bom que seja assim. Os PsolKids, como passaram a ser chamados, não passam de tucaninhos sedentos pelo poder, ambiciosos demais, e desprovidos de valores e princípios nobres. E pensar que foi com essa "garotada" que Sergio Moro resolveu se juntar para demonizar e derrotar Bolsonaro. Não por acaso Moro caminha para seu próprio fim melancólico na política, antes mesmo de começar...

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