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Este texto é a tradução em português de uma lista originalmente publicada pelo Independent Institute, divulgada agora em parceria no Brasil pelo Instituto Liberal. Optou-se por deixar os títulos dos livros no idioma original para facilitar a consulta às edições sugeridas, embora muitos deles possam ser encontrados em nosso idioma. Para ler o texto original em inglês, consulte: https://www.independent.org/issues/article.asp?id=13056
“Menos de setenta e cinco anos após ter oficialmente começado, a disputa entre capitalismo e socialismo acabou: o capitalismo venceu.”
—Robert L. Heilbroner, “The Triumph of Capitalism” (The New Yorker, January 16, 1989)
A proclamação do professor Heilbroner acerca da morte do socialismo é muito exagerada. O socialismo ressurgiu de suas próprias cinzas, talvez com mais frequência do que qualquer outra ideologia política na Terra. Agora, mais de 30 anos depois que o primeiro-ministro soviético Mikhail Gorbatchev implementou reformas que ajudaram a incinerar o ideal de uma economia planejada, as doutrinas socialistas estão novamente ganhando popularidade, especialmente entre os jovens.
Muito tem sido escrito sobre o socialismo, mas muito pouco tem sido lido (ou seja, muito poucos escritos sérios). Esta lista comentada de leituras recomendadas, compilada pelo pesquisador sênior do Independent Institute, Dr. Williamson M. Evers, tenta remediar essa deficiência destacando algumas das críticas mais perspicazes ao socialismo já escritas. Não é exagero dizer que quem estuda cuidadosamente até um punhado desses livros obterá uma compreensão mais forte do socialismo do que a vasta maioria dos socialistas.
“Esta é a melhor lista do que ler sobre o socialismo que existe por aí”, diz Dr. Evers.
David J. Theroux, presidente do Independent Institute, concorda. “Esta bibliografia crítica pode fornecer o equilíbrio necessário. Ao esclarecer as coisas, esses autores mostram aos leitores que qualquer ceticismo sobre o socialismo que eles nutram é justificado. Como explicam, o problema do socialismo vai muito além de sua ineficiência prática: sua base teórica é moralmente deformada e leva inevitavelmente a enormes injustiças e abusos”.
Uma Bibliografia Crítica sobre Socialismo
Se você puder ler somente um livro desta lista, então escolha Red Plenty, de Francis Spufford. Se você puder ler somente dois, faça de sua segunda escolha Socialism: An Economic and Sociological Analysis, de Ludwig von Mises.
Alienation and the Soviet Economy: The Collapse of the Socialist Era , de Paul Craig Roberts, prefaciado por Aaron B. Wildavsky. Independent Institute, 1990.
Paul Craig Robertos fornece uma explanação valiosa da teoria da alienação de Marx. Roberts então discue o “comunismo de guerra” soviético (1918-1922) como uma tentativa fracassada de efetivamente colocar em prática a utopia socialista descrita por Marx. Roberts também fornece um relato de como a economia soviética pós-1922 realmente funcionou, embora extremamente mal.
The Anti-Semitic Tradition in Modern Socialism, de Edmund Silberner. Inaugural Lecture delivered at the Hebrew University in Jerusalem, 1953.
Examina o antissemitismo na teoria socialista e movimentos políticos na Inglaterra, França, Alemanha e outras nações. A maioria dos teóricos socialistas identificou o capitalismo com os judeus. Discute, entre outros, Charles Fourier, Ferdinand Lasalle, Karl Marx, Friedrich Engels e Jean Jaurès.
“Between Immorality and Unfeasibility: The Market Socialist Predicament,” de David Ramsay Steele, Critical Review, (vol. 10, no. 3) 1996. Reproduzido em seu livro The Mystery of Fascism. St. Augustine’s Press, 2019.
“Socialismo de mercado”, se é que funciona, não pode realizar os sonhos utópicos de seus proponentes.
The Black Book of Communism: Crimes, Terror, Repression, de Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartošek, and Jean-Louis Margolin. Translated by Jonathan Murphy, edited by Mark Kramer. Harvard University Press, 1999.
Um best-seller internacional documentando a repressão e a contagem de vítimas de genocídio do comunismo.
The Case Against Socialism, by Rand Paul with Kelley Ashby Paul. Broadside Books, 2019.
Rand Paul escreve: “Uma das maiores ironias da história política moderna é que, assim que socialistas ao redor do mundo ascenderam para derrubar regimes autoritários, eles os substituíram (apesar de suas promessas de estabelecer democracias livres) com seus próprios regimes autoritários”.
Collectivist Economic Planning, editado por F. A. Hayek. Routledge & Kegan Paul, 2015.
Este volume contém o ensaio de Ludwig von Misses “Economic Calculation in the Socialist Commonwealth”, além de um prefácio e um posfácio do Prêmio Nobel de Economia F. A. Hayek. Também contém ensaios relacionados de N.G. Pierson, George Halm e Enrico Barone.
Critics of Marxism, de David Gordon. Transaction Publishers for the Social Philosophy & Policy Center, 1986.
Um valioso ensaio bibliográfico. Discute, com breve análise, as críticas de Marx por Eugen von Böhm-Bawerk, Ludwig von Mises, Karl R. Popper, Isaiah Berlin, H.B. Acton, John Plamenatz, Eric Voegelin, Leszek Kolakowski e J.L. Talmon.
The Cultural Revolution: A People’s History, 1962-1976, de Frank D. Dikötter, Bloomsbury Press, 2016.
Frank D. Dikötter compila documentos anteriormente secretos do Partido Comunista Chinês e os apresenta aos leitores dentro de uma narrativa histórica clara da Revolução Cultural.
Darkness at Noon, de Arthur Koestler, traduzido por Philip Boehm do manuscrito original. Vintage, 2019.
Um romance sobre os julgamentos de purga soviéticos da década de 1930, em que um antigo bolchevique prisioneiro confessa para o bem do Partido Comunista crimes que ele não cometeu.
Economic Calculation in the Socialist Commonwealth, de Ludwig von Mises. Ludwig von Mises Institute, 2008.
O argumento clássico de Mises de que o cálculo econômico sob o socialismo é impossível.
Economic Calculation in the Socialist Society, de Trygve J. B. Hoff. Liberty Fund, 1981.
Uma releitura mais acessível do argumento de Mises sobre a impossibilidade do cálculo econômico em economias socialistas.
The End of Socialism, de James R. Otteson. Cambridge University Press, 2014.
Otteson se baseia na Teoria dos Sentimentos Morais (1759) de Adam Smith para criticar o livro de G. A. Cohen, Why Not Socialism?. Smith nos advertiu sobre o “homem de sistema” que quer organizar e mover seres humanos como peças em um jogo de xadrez. Planejadores centrais socialistas tratam seres humanos como objetos e não se importam com que pessoas, ao contrário de peças de xadrez, tenham um direito moral às suas próprias vidas, propostas e projetos.
The Great Terror: A Reassessment, 40th Anniversary Edition, de Robert Conquest. Oxford University Press, 2008.
A purga assassina de Stalin de seus correligionários comunistas e amplas faixas do resto da população.
The Gulag Archipelago, de Alexander I. Solzhenitsyn, prefaciado por Jordan B. Peterson. Vintage Publishers, 2019.
O relato clássico dos campos de trabalho forçado na União Soviética.
The Harvest of Sorrow: Soviet Collectivization and the Terror-famine, de Robert Conquest. Oxford University Press, 1986.
A política deliberada de Stalin de fome em massa na Ucrânia.
“How Soviet Planning Works,” de G. Warren Nutter. New Individualist Review, vol. 4, no. 1 (Summer 1965), pp. 20-25.
Nos países socialistas realmente existentes, o que é chamado de planejamento central é irremediavelmente desordenado e caótico. Warren Nutter escreve: “É mesmo possível visualizar o planejamento soviético como um processo com ordem dominante, propostas e continuidade? Eu penso que não… Não há quarteis de comando na economia soviética onde líderes acadêmicos brilhantes estão resolvendo uma horda de equações simultâneas, parando intermitentemente para emitir as ordens que as soluções matemáticas dizem que otimizarão uma coisa ou outra”.
“Ideology and Science in the Soviet Union: Recent Developments,” de Gustav A. Wetter. Daedalus, (vol. 89, no. 3) Summer 1960, pp. 581-603. Republicado em The Russian Intelligentsia, editado por Richard Pipes. Columbia University Press, 1961.
Wetter foi o mais proeminente estudioso do Ocidente a estudar os desenvolvimentos filosóficos na União Soviética. Aqui ele mostra em detalhes como o regime soviético e o Partido Comunista impuseram seus ditames ideológicos aos cientistas e como os cientistas honestos tentaram resistir. Essa distorção ideológica foi particularmente prejudicial no campo da genética, onde o Partido Comunista impôs a teoria não científica chamada “Lysenkoísmo”.
The Illusion of the Epoch: Marxism-Leninism as a Philosophical Creed, de H. B. Acton. Liberty Fund, 2003.
Uma apresentação crítica – detalhada, mas acessível – das fundações filosóficas do Marxismo (materialismo dialético) e das teorias política e ética marxistas.
“Information and Efficiency: Another Viewpoint,” de Harold Demsetz. The Journal of Law and Economics (vol. 12, no. 1) Abril de 1969, pp. 1-21.
W. MacKenzie escreve: “os economistas Kenneth Arrow e Harold Demsetz tiveram um intercâmbio que merece alguma atenção. Arrow sustentou que as economias de livre iniciativa investem pouco em pesquisa e invenção por causa do risco. Arrow também afirmou que uma “economia socialista ideal” forneceria essas informações gratuitamente, separando assim o uso e a recompensa pela produção dessas informações. Demsetz escreveu uma crítica devastadora aos argumentos de Arrow sobre informação e à literatura sobre “falhas de mercado” em geral. Apontar as imperfeições do mercado como prova da necessidade de intervenção do governo, ele disse, é entrar na “Falácia do Nirvana”, na qual comparamos mercados reais alegadamente imperfeitos a instituições governamentais imaginárias que carecem da menor imperfeição”.
“Liberty of the Press under Socialism,” de Williamson M. Evers. Social Philosophy & Policy (vo. 2, no. 6) Primavera de 1989, 211–34. Republicado em Socialism, editado por Ellen Frankel Paul. Basil Blackwell da Social Philosophy and Policy Center, Bowling Green State University, 1989.
Teóricos socialistas fazem extravagantes alegações sobre a manutenção de liberdade de imprensa sob o socialismo real, mas sem direitos de propriedade privada tais liberdades não sobreviveram e não poderiam sobreviver.
“Markets Without Property: A Grand Illusion,” de G. Warren Nutter. Republicado em seu Political Economy and Freedom: A Collection of Essays, Liberty Fund, 1983; e em The Economics of Property Rights, editado por Eirik G. Furubotn e Svetozar Pejovich, Ballinger, 1974.
Uma crítica da proposta de Oskar Lange de usar mercados simulados para resolver o problema do cálculo econômico no socialismo – um problema que foi exposto por Ludwig von Mises. Warren Nutter escreve: “Nós podemos ver quão vazio o aparato teorético (de Lange) é. Mercados sem direitos de propriedade divisíveis e transferíveis são uma pura ilusão. Não pode haver comportamento competitivo, real ou simulado, sem poder e responsabilidade dispersos. Se toda propriedade deve ser literalmente coletivizada e todo preço literalmente centralizado, não há margem para um mecanismo que possa reproduzir em qualquer aspecto significativo o funcionamento de empresas privadas competitivas”.
Marxism,” de David Prychitko. The Concise Encyclopedia of Economics. Liberty Fund, 2010.
David Prychitko resume criticamente os pilares centrais do Marxismo clássico (teoria do valor trabalho, alienação, imiseração). Aponta a importância da crítica de Hayek e Mises ao planejamento socialista como incoerente e impraticável.
“Marxist Dreams and Soviet Realities,” de Ralph Raico. Republicado em Great Wars and Great Leaders: A Libertarian Rebuttal. Ludwig von Mises Institute, 2010.
Raico escreve: “Se algo como o Stalinismo não tivesse ocorrido, teria sido quase um milagre. Desdenhando o que Marx e Engeks haviam ridicularizado como mera liberdade ‘burguesa’ e jurisprudência ‘burguesa’, Lênin destruiu a liberdade de imprensa, aboliu todas as proteções contra o poder da polícia e rejeitou qualquer indício de divisão de poderes e pesos e contrapesos no governo… Mas para Marx e seus seguidores bolcheviques, isso não foi nada mais que ‘ideologia burguesa’, obsoleta e sem relevância alguma para a futura sociedade socialista. Qualquer traço de descentralização ou divisão de poderes, a menor sugestão de uma força compensatória à autoridade central dos “produtores associados”, corria diretamente em oposição à visão do planejamento unitário de toda a vida social”.
The Moral Collapse of Communism: Poland as a Cautionary Tale, de John Clark and Aaron B. Wildavsky. Institute for Contemporary Studies, 1991.
Um estudo de caso detalhado da Polônia como uma sociedade socialista realmente existente. Pessoas de todos os níveis tiveram que confiar em conexões e redes de relacionamento para obter bens e serviços. O uso benigno dessas conexões é facilmente transformado em usos corruptos e degradação moral. A desorganização econômica e a escassez do país forneceram a base dos privilégios da elite dominante. Os autores escrevem: “Foi na Polônia comunista … que o estado reprimiu as massas, procurou impor a hegemonia ideológica da classe dominante e adotou políticas que parecem não ter outro propósito senão proteger o poder político e o bem-estar econômico dos poucos afortunados”.
Naked Earth, de Eileen Chang, New York Review of Books, 2015.
Perry Link escreve: “Em Naked Earth, Chang mostra como a grade linguística de uma campanha comunista de reforma agrária [1949 a 1953] desce sobre uma vila [chinesa] como um cortador de biscoitos gigante. … [Ela] parece, como George Orwell, ter quase um sexto sentido de compreensão imediata do que um sistema político autoritário fará aos seres humanos na vida cotidiana. Ela olha além do grande sistema político e se foca vida das pessoas – como elas caem e se comportam à medida que se adaptam ao que o sistema impõe a elas. ”
Nineteen Eighty-Four, de George Orwell, com uma Introdução de Julian Symonds, Everyman’s Library, 1993.
Orwell descreve um futuro distópico que estende amplamente as características da Rússia comunista em uma direção ainda mais assustadora, que ele chama de coletivismo oligárquico. 1984 explora temas como guerra perpétua, propaganda, controle de fala, cultos de personalidade e vigilância do governo. David Ramsay Steele escreve: “Os mais severos críticos socialistas de Orwell, como Raymond Williams, Isaac Deutscher e E.P. Thompson, eram geralmente pessoas que geravam uma imensa quantidade de palavreado sobre o socialismo, que eles acreditavam que deveria ser democrático, sem nunca se deparar com os argumentos que indicam que o socialismo nunca pode ser democrático”.
Nomenklatura: The Soviet Ruling Class, de Michael Voslensky. Doubleday, 1984.
A sociologia da classe dominante no socialismo realmente existente da União Soviética.
Opium of the Intellectuals, de Raymond Aron. Routledge, 2001.
Raymond Aron, o liberal clássico francês mais importante da era pós-Segunda Guerra Mundial, descreve a vida entre os intelectuais franceses e o alto prestígio resultante de ser anticapitalista.
The Pasternak Affair: Courage of Genius, de Robert Conquest. J. B. Lippincott, 1962.
Como o socialismo realmente existente se esforça para esmagar a liberdade artística. Um relato cronológico dos esforços das autoridades soviéticas para suprimir o romance Dr. Zhivago. Inclui documentos que mostram os burocratas socialistas em ação.
Pictures of the Socialistic Future, de Eugen Richter, com um prefácio de Bryan Caplan. Ludwig von Mises Institute, 2010.
Romance distópico escrito pelo líder do final do século XIX do partido político liberal clássico da Alemanha. Bryan Caplan escreve: “Décadas antes de os socialistas ganharem poder, Eugen Richter viu a escrita na parede. A grande tragédia do século XX é que o mundo teve que aprender sobre o socialismo totalitário com uma experiência amarga, em vez do romance inspirado de Richter. Muitos não conseguiram ver a verdade até o muro de Berlim subir. A essa altura, já era tarde demais.
The Political Economy of Stalinism: Evidence from the Soviet Secret Archives, de Paul R. Gregory. Cambridge University Press, 2003.
Estudo analítico, baseado na abordagem da “escolha racional” da ciência política, de como e por que o socialismo realmente existente funcionava da maneira como funcionava, com base em evidências do estado oficial soviético e dos arquivos do Partido Comunista. Paul Gregory escreve: “Não havia solução para o problema de agente principal entre os ‘ditadores’ [o Politburo no topo e os ditadores subordinados como Gosplan logo abaixo] e os ‘agentes’ ‘(aqueles que produziram o resultado ou foram responsável por essa produção]. “Os agentes produtores poderiam argumentar com razão que foram inundados por ordens arbitrárias e destrutivas. . . . Os ditadores, por outro lado, podiam apontar que os agentes eram oportunistas e mentiam, trapaceavam e operavam suas empresas em seus próprios interesses. Ambos estavam corretos.
“The Political Economy of Utopia: Communism in Soviet Russia, 1918-21,” de Peter J. Boettke. Journal des Economistes et des Etudes Humaines, vol. 1, no. 2 (January 1990): 91-138. Republicado em seu Calculation and Coordination: Essays on Socialism and Transitional Political Economy. Routledge, 2001; e em seu Political Economy of Soviet Socialism: The Formative Years, 1918-1928, com um prefácio de Yuri Maltsev. Kluwer Academic, 1990.
Boettke mostra que a economia soviética de 1918 a 1921 foi um esforço dos bolcheviques para colocar em prática a visão de Marx de uma economia sem dinheiro e sem mercado. Falhou catastroficamente. Boettke cita o cientista político soviético Alexander Tsipko, que fez (em 1988-89) a pergunta que todos os defensores do socialismo democrático falharam em responder: “Por que é isso em todos os casos, sem exceção e em todos os países. . . os esforços para combater as relações de mercado e de mercadoria e dinheiro sempre levaram ao autoritarismo, a violações dos direitos e dignidade do indivíduo e a um aparato administrativo e burocrático todo poderoso?”.
Political Parties: A Sociological Study of the Oligarchical Tendencies of Modern Democracy, de Robert Michels, com uma introdução de Seymour Martin Lipset. The Free Press, 1966.
O sociólogo Michels estabelece “a lei de ferro da oligarquia”. Mostra que partidos socialistas, sindicatos e outros grupos serão dirigidos por um grupo de elite e na prática não serão igualitários. Michels escreve: “É a organização que dá origem ao domínio dos eleitos sobre os eleitores, dos mandatários sobre os mandados, dos delegados sobre os delegadores. Quem diz organização, diz oligarquia”.
The Poverty of Historicism, de Karl R. Popper. Harper & Row, 1964.
Um contraponto à “crença fascista e comunista nas leis inexoráveis do destino histórico”.
Red Plenty, de Francis Spufford. Graywolf Press, 2012.
Um romance histórico. Tom Palmer escreve: “Spufford … descreve o período [de Nikita Khrushchev] em que muitos acreditavam que a URSS superaria o ‘ocidente capitalista’ na produção de bens de consumo … Spufford faz um trabalho admirável ao explicar o funcionamento real do sistema econômico que existia na URSS, com foco no papel da blat (a troca de favores) e dos tolkachi (os “empurradores” ou “fixadores” que organizavam cadeias complexas de troca indireta para suprir o que faltava).
Reflections on the Failure of Socialism, de Max Eastman, Devin-Adair, 1955.
Henry Hazlitt escreve: “Sr. Eastman argumenta que o socialismo fracassou no último século em todas as nações e em todas as formas em que foi tentado. Ele explica por que a liberdade política depende de um mercado competitivo e do sistema de preços. Seus argumentos são ainda mais convincentes por causa de sua história pessoal. Ele começou como um socialista de extrema esquerda. Como editor de Masses e mais tarde do Liberator, ele “lutou pelos bolcheviques no campo de batalha da opinião americana com toda a influência que minha voz e revista possuíam”. ”
Requiem for Marx, editado com uma introdução de Yuri N. Maltsev. Ludwig von Mises Institute, 1993.
Inclui “The Marxist Case for Socialism,” de David Gordon; “Classical Liberal Roots of the Marxist Doctrine of Classes,” de Ralph Raico; e “Karl Marx: Communist as Religious Eschatologist,” de Murray N. Rothbard.
Resurrecting Marx: The Analytical Marxists on Freedom, Exploitation, and Justice, de David Gordon, Transaction Publishers, 1991.
O filósofo David Gordon desmonta os “marxistas analíticos” (John Roemer, Jon Elster e GA Cohen), que abandonaram a teoria do valor-trabalho e o conceito de “alienação” que deriva de Hegel, mas ainda querem se apegar a muito do resto de Marx.
Rivalry and Central Planning: The Socialist Calculation Debate Reconsidered, de Don Lavoie. Cambridge University Press, 1985.
Nesta discussão do argumento de Mises de que o cálculo econômico sob o socialismo é impossível, Lavoie se afasta do equilíbrio estático da economia neoclássica. Em vez disso, ele contrasta o socialismo com o processo dinâmico de mercado, no qual a rivalidade entre empresários leva a uma coordenação econômica descentralizada e eficiente.
The Road to Serfdom, de F. A. Hayek. University of Chicago Press, 1944. Também, em versão condensada, Reader’s Digest, February 1945. Also “The Road to Serfdom in Cartoons,” Look Magazine, February 1945.
O livro de Hayek é sobre a inevitável corrupção de instituições livres e o sacrifício de valores humanos se práticas socialistas forem postas em prática. Peter Boettke escreve: “O liberalismo [clássico], Hayek argumenta, havia transmitido uma ‘suspeita saudável’ de qualquer argumento que exigisse restrições à concorrência no mercado. Infelizmente, com a crítica ao sistema competitivo, a teoria socialista varreu as restrições liberais [clássicas] contra as alegações especiais e abriu as portas para uma enxurrada de grupos de interesses que exigiam proteção do governo da concorrência sob a bandeira do planejamento socialista.
“Hayek fornece uma das declarações mais articuladas da proposição liberal [clássica] de que liberdade econômica e liberdade política estão ligadas … Ele argumentou que o controle econômico não controla apenas ‘um setor da vida humana que pode ser separado do resto; é o controle dos meios para todos os nossos fins. E quem detém o controle exclusivo dos meios também deve determinar quais fins devem ser cumpridos, quais valores devem ser mais altos e quais mais baixos – enfim, no que os homens devem acreditar e lutar. O planejamento central significa que o problema econômico deve ser resolvido pela comunidade e não pelo indivíduo; mas isso implica que também deve ser a comunidade, ou melhor, seus representantes, que devem decidir a importância relativa das diferentes necessidades “.”
Seeing Like a State: How Certain Schemes to Improve the Human Condition Have Failed, de James C. Scott. Yale University Press, 1999.
James C. Scott analisa a arrogância dos funcionários centrais e alerta os leitores sobre a mentalidade autoritária dos tecnocratas.
Socialism: An Economic and Sociological Analysis, de Ludwig von Mises. Yale University Press, 1951. Download PDF
Um exame minucioso do socialismo em seus muitos aspectos. Inclui o argumento clássico de Mises de que o cálculo econômico sob o socialismo é impossível. Henry Hazlitt: “A análise mais devastadora do socialismo já escrita”.
Socialism: A Study Guide and Reader, editado por David M. Hart. Online Library of Liberty, Liberty Fund, 2018.
Inclui extratos de críticas ao socialismo de Frédéric Bastiat, Eugen von Böhm-Bawerk, Eugen Richter, Yves Guyot, Paul Leroy-Beaulieu, Ludwig von Mises, F.A. Hayek, H.B. Acton, Alexander Gray, entre outros.
Socialism: The Failed Idea That Never Dies, de Kristian Niemietz. Institute of Economic Affairs, 2019.
Todos começaram como socialismo democrático – antes de se transformarem em sociedades hierárquicas coercitivas, estratificadas e administradas incompetentemente por uma elite tecnocrática. Quando os defensores do socialismo democrático de hoje dizem “desta vez será diferente”, eles estão apenas dizendo o que foi prometido em todos os esforços anteriores para colocar o socialismo em prática. Capítulos sobre a União Soviética de Stalin, China de Mao, Cuba, Coréia do Norte, Camboja do Khmer Vermelho, Albânia, Alemanha Oriental e Venezuela.
Socialism Sucks: Two Economists Drink Their Way Through the Unfree World, de Robert Lawson e Benjamin Powell. Regnery Publishing, 2019.
A resenha de P.J O’Rourke do livro diz: “O que é ‘socialismo’? E os países que se dedicam demais a isso acordam com ressaca? Pode apostar que sim. Robert Lawson e Benjamin Powell dão a você o pouquinho a mais de álcool que cura a ressaca com uma dose de economia política. ”
“The Soft Budget Constraint,” de János Kornai. Acta Oeconomica, Vol. 64 (2014), pp. 25–79.
A restrição orçamentária branda aparece quando a necessidade de equilíbrio entre os gastos e os ganhos de uma empresa se torna habitualmente relaxada ao longo do tempo, porque os gastos excessivos serão cobertos pelo Estado. As empresas esperam isso porque é uma política pública. A facilidade enfraquece a capacidade de resposta da empresa aos sinais de preço e gera ineficiências. Quando os países socialistas tentam reformas “socialistas de mercado”, geralmente permitem que as empresas distribuam lucros para trabalhadores e gerentes, mas continuam com subsídios, empréstimos para empresas que não são dignas de crédito e absorção pelo Estado de perdas financeiras – todas elas incentivando a imprudência. Este é um tópico em que o autor foi pioneiro, escrevendo sobre ele (com cuidado), mesmo quando seu país, Hungria, estava sob domínio comunista. Neste artigo, Kornai resume a pesquisa de sua vida sobre o assunto.
“Soviet Venality: A Rent-Seeking Model of the Communist State,” de Gary M. Anderson and Peter J. Boettke. Public Choice, vol. 93, nos. 1 & 2 (1997): 37-53. Republicado em Boettke’s Calculation and Coordination: Essays on Socialism and Transitional Political Economy. Routledge, 2001.
Anderson e Boettke comparam a economia soviética após 1921 aos estados mercantilistas da Europa nos séculos XVI e XVII (como a França sob Luís XIV). Os governantes comunistas entregaram monopólios aos apoiadores leais. A elite dominante colheu recompensas na forma de status, poder e privilégio. Os planejadores centrais soviéticos (que não existiam no mercantilismo clássico) não podiam realmente planejar o futuro e não o fizeram; eles ajudaram a resolver o atrito entre os monopolistas.
“Sweden’s Lessons for America,” de Johan Norberg. Cato Institute Policy Report, February 11, 2020.
Norberg escreve: “A Suécia não é socialista. Se [Bernie] Sanders e [Alexandra] Ocasio-Cortez realmente querem transformar os Estados Unidos na Suécia, como seria isso? Para os Estados Unidos, significaria, por exemplo, mais livre comércio e um mercado de produtos mais desregulado, não Fannie Mae e Freddie Mac, e a abolição das leis de licenciamento ocupacional e salário mínimo. Os Estados Unidos também teriam que abolir os impostos sobre propriedades, presentes e herança. E, mesmo após o recente corte de impostos, os EUA ainda teriam que reduzir um pouco seu imposto sobre as sociedades. Os americanos precisariam reformar a Seguridade Social de benefícios definidos para contribuições definidas e introduzir contas privadas. Eles também precisariam adotar um sistema abrangente de cupons escolares, onde as escolas particulares recebem o mesmo financiamento por aluno que as públicas. A Suécia não é socialista. Se isso é socialismo, me chame de camarada.
A Tale of Two Economies: Hong Kong, Cuba and the Two Men Who Shaped Them, de Neil Monnery. Gulielmus Occamus & Co. Ltd., 2019.
Comparando os resultados das políticas de laissez-faire de Hong Kong com as políticas socialistas de Cuba, Monnery conta a história dessas duas economias através das histórias de John Cowperthwaite, secretário financeiro de Hong Kong e Che Guevara. Neil Monnery escreve: “Cuba tinha uma clara aspiração, a partir de Guevara, de criar uma economia moderna, menos dependente do açúcar. Mas foi Hong Kong, que não tinha uma visão central de como a economia deveria evoluir, que realmente produziu progresso e mudança. ”
Time Will Run Back, Revised Edition, de Henry Hazlitt. Arlington House, 1966.
Um romance (baseado nas ideias de Ludwig von Mises), no qual o filho de um ditador comunista e herdeiro político “dessocializa” uma sociedade.
“Who Would Choose Socialism? The Israeli Kibbutzim Provide the Acid Test for Voluntary Socialism”, de Robert Nozick. Reason, maio de 1978. Republicado em seu livro Socratic Puzzles, Harvard University Press, 1999.
O famoso filósofo de Harvard, Robert Nozick, usa o exemplo das comunidades coletivas israelenses para ilustrar quantas pessoas escolheriam voluntariamente viver sob o socialismo, “sob condições altamente favoráveis”. Acaba que muito poucos.