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Por Marcel Balassiano, publicado pelo Instituto Liberal
Recentemente, escrevi aqui, no Instituto Liberal, o artigo “Mercado de trabalho em 2019”, sobre a situação no Brasil. Neste artigo, faço a análise do mercado de trabalho no Estado do Rio de Janeiro, no ano passado.
Última variável tanto a entrar quanto a sair da crise, a taxa de desemprego média do Estado do Rio de Janeiro em 2019 foi de 14,7%, um pouco menor do que a média de 2018 (15,0%), porém ainda acima da taxa de desemprego brasileira (11,9% na média do ano passado). Fazendo uma análise mais desagregada do mercado de trabalho fluminense, o Gráfico 1 mostra a quantidade de pessoas desocupadas no Estado do RJ (1,2 milhões). Segundo o IBGE, há o conceito de força de trabalho potencial, formado pelas pessoas desalentadas (que desistiram de procurar emprego) mais aquelas que realizaram busca efetiva por trabalho, mas não se encontravam disponíveis para trabalhar na semana de referência, por diversos motivos (estudo, saúde, gravidez, entre outros). No quarto trimestre, a força de trabalho potencial no Estado do Rio de Janeiro era formada por quase 268 mil pessoas, sendo 111 mil pessoas desalentadas (Gráfico 2) e 156 mil pessoas na outra categoria.
Também há o conceito de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, que são aquelas que trabalham, porém menos de 40 horas semanais, e gostariam de trabalhar mais. O Gráfico 3 mostra esse dado, que correspondeu a 347 mil pessoas no quarto trimestre do ano passado.
Então, ao somar as pessoas desocupadas com as pessoas que compõem a força de trabalho potencial, chega-se a um número de 1,5 milhão de pessoas sem nenhum tipo de trabalho no Rio de Janeiro. Adicionalmente as quase 350 mil pessoas que trabalham, mas menos do que 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais, o número sobe para 1,8 milhões (Gráfico 4).
O Gráfico 5 mostra as pessoas que estão na informalidade, aqui definidas como os trabalhadores sem carteira assinada (setor privado, público e trabalhador doméstico), sem CNPJ (empregador e conta-própria) e trabalhador familiar auxiliar. No RJ, são mais de 3 milhões de pessoas nessa situação atualmente, 500 mil pessoas a mais do que no final de 2015.
O Gráfico 6 mostra o somatório de pessoas desocupadas, força de trabalho potencial, pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e as pessoas na informalidade, somando quase 5 milhões de pessoas nessa situação atualmente no Estado do Rio de Janeiro. No final de 2015, havia 1,5 milhão de pessoas a menos nessa situação (3,4 milhões), mostrando um dos piores aspectos da crise econômica recente diretamente na vida da população.
O Gráfico 7 mostra um resumo, mais amplo, da situação do mercado de trabalho no Rio de Janeiro em 2019 (dados médios anuais).
Já o Gráfico 8 mostra os números fluminenses em proporção dos dados do Brasil. Ou seja, o 1,3 milhão de pessoas desocupadas no RJ representam 10,3% dos desocupados brasileiros. Os quase 350 mil fluminenses que são subocupados por insuficiência de horas trabalhadas correspondem a 4,5% dos brasileiros nessa situação. Sobre os desalentados, a proporção do RJ é 2,4% em relação ao Brasil. Já as pessoas que realizaram uma busca por trabalho, mas por diversos motivos não puderam aceitar, são 4,0%. Os mais de 3 milhões de fluminenses que estão na informalidade correspondem a 7,2% dos trabalhadores informais brasileiros. Com isso, o somatório de pessoas no RJ nessa situação mais precária de mercado de trabalho corresponde a 7% dos brasileiros nessa mesma situação.
Em resumo, os desafios ainda são enormes para a recuperação do RJ. E, somente com uma economia mais forte, a situação do mercado de trabalho poderá melhorar.