Por Karen Meirelles, publicado pelo Instituto Liberal
Diante do atual cenário de crise instaurado no mundo, um grande problema se faz presente no nosso dia a dia: a mídia e suas informações. As fake news sempre causaram um impacto agressivo na sociedade, entretanto nunca pensamos em um confinamento tão duradouro e que pudesse corroborar com disseminação de falsas informações. Desde assuntos como política até vitaminas que curam a covid-19, encontra-se de tudo a poucos cliques.
A importância e veracidade da informação perderam espaço para manchetes polêmicas, fomentos de preconceitos e temas pouco estudados e discutidos por quem apresenta e finalmente, pela corrida de quem noticia a desinformação primeiro. Jornalismo de qualidade está cada vez mais ausente. Uns preocupam-se em ter ibope, sem atentar para a pauta que será abordada. Outros, por sua vez, tendem a fomentar uma crítica que, ao invés de ser esclarecedora, é vazia e sem fundamentação.
Isso tem ainda mais relevância frente a um governo que possui ministros que, por vezes, misturam religião, crenças e conceitos. Em um país que carece de gestão, de valorização das ciências e políticas sociais, é de tamanha irresponsabilidade o papel desenvolvido por muitos. Em vez de promoverem um conteúdo fundamentado e com bases sólidas, opta-se por velocidade de propagação e, nessa escolha, abandona-se a apuração insistente da veracidade dos fatos e tão facilmente praticam-se os chamados “cortes” na publicação, divulgando somente aquilo que interessa e que nem sempre é espelho do todo.
Dificilmente teríamos tanto tempo para as mídias tradicionais, emissoras de rádio ou televisão, como no cenário atual, mas ao mesmo tempo nunca ousamos pensar que tudo seria tão pobre. Bem ou mal, esse novo ecossistema de notícias e informações exige que sejamos capazes de aprofundar nossas críticas diante de tudo aquilo que chega até nós. Precisamos estar atentos ao famoso “Quem vê cara, não vê coração”, pois, de fato, o que as manchetes aparentam dificilmente representa aquilo que elas são e é nessa hora que o jornalismo deixa de ser a verdadeira cura para a desinformação. Termino sugerindo a você que lê: não seja apenas mais um na multidão. Faça a sua parte.
*Karen Meirelles é associada I do Instituto Líderes do Amanhã.
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