Quem não me conhecia ou não acompanhava de perto meus escritos, passou a associar o meu nome à “apologia de estupro” e a um “machismo misógino”, a partir de escritos e vídeos tirados de seu contexto e analisados apenas em fragmentos.
Não vou entrar nos motivos dessa relação, mas aqui gostaria de prestar maiores esclarecimentos aos leitores desta Gazeta do Povo, espaço sempre plural e cuja parceria comigo já vem de anos.
Quem viu apenas o trecho destacado e fora de contexto pode ter ficado com uma impressão totalmente equivocada a respeito do que penso sobre o assunto. Então, vamos lá:
1. Eu não tinha mergulhado no caso específico da Mariana Ferrer, e usei isso apenas como gancho para um texto sobre banalização do estupro em geral, sem falar do caso dela. Espero, de verdade, que o caso seja apurado, que o processo siga seu curso e que se faça justiça.
2. Sobre o crime de estupro, então, destaco que minha posição sempre foi bastante severa contra estupradores, e acho inclusive que suas penas são brandas demais em nosso país.
3. Não acredito que nenhuma pessoa com um mínimo de consciência e moralidade seja capaz de fazer apologia ao estupro. Portanto, venho aqui registrar e defender o óbvio: o estupro é um crime abominável e deve ser combatido por toda a sociedade, por todos os homens e mulheres de bem.
4. Também reforço aqui que não vejo nenhum espaço de relativização do não. Não é não, sempre. Diante de qualquer sinalização para a interrupção de um determinado comportamento (inclusive um simples flerte), seja ele qual for, a vontade manifestada pela mulher deve ser imediatamente respeitada, sem qualquer margem de discussão. Repito: não é não, sempre.
5. Ainda, diante de algumas absurdas insinuações, importante também registrar que, como qualquer homem e mulher de bem, repudio, por óbvio, qualquer situação em que se abuse de alguém que esteja inconsciente, bem como qualquer situação em que se busque, intencionalmente, retirar a consciência de alguém para, em seguida, aproveitar-se dela. Isso é o absurdo do absurdo, mas, infelizmente, neste momento, tenho que deixar isso aqui claro e evidente. Peço desculpas por ter que escrever o que parece evidente.
6. O debate que tentei gerar foi sobre o risco de banalização do conceito de estupro, que tem ficado elástico demais. Não há uma “cultura de estupro” nos Estados Unidos, e sim uma “histeria” que chama de estupro situações que definitivamente não se configuram como estupro. Pensem na hipótese de um homem e uma mulher que saem para uma balada à noite, bebem e se relacionam sem ter havido qualquer não e, depois, a mulher se arrepende e considera que pode ter sido estupro. Ou seja, que não se trate como estupro casos nos quais haja consentimento, nos quais ambas as partes tenham, em comum acordo, desejado e aceitado a relação ocorrida. Ponto. Nada mais do que isso.
7. Acredito na responsabilidade individual, e rejeito a cultura da vitimização. Claro que quando uma mulher é mesmo vítima de uma agressão, violência, abuso, isso deve ser punido da forma mais severa possível. O meu ponto era exatamente separar uma coisa da outra. Por isso usei um exemplo que acabou, por muitos, sendo considerado infeliz. Respeito.
8. Entendo também que outro ponto que despertou forte reação negativa foi minha fala sobre as feministas. Aqui acredito existir um grave problema de comunicação. O que eu chamo de feminista certamente não é o que muitas consideram ser feminista. Se perguntar para uma mulher se ela é feminista, talvez ela diga que sim, e ao pedir explicação, ela dirá que defende a liberdade, independência, respeito, direito de igualdade e empoderamento da mulher. Mas estou de acordo com isso tudo! E se de alguma forma minhas palavras mais fortes magoaram as mulheres, peço desculpas.
Minha luta é pelo resgate de valores morais decentes, para homens e mulheres. Infelizmente, vejo nos movimentos feministas mais radicais uma intenção contrária, a de dividir homens e mulheres como se fossem inimigos, colocar uns contra os outros, bem ao estilo marxista. Creio num mundo com respeito a todos os seres humanos, a seus espaços na sociedade e à liberdade de expressão, sobretudo em temas sensíveis e complexos.
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