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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Missão impossível: explicar meu caso aos americanos

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Deu na Gazeta e na Oeste: Após ter os perfis nas redes sociais suspensos, o jornalista e colunista da Gazeta do Povo, Rodrigo Constantino, também teve as suas contas bancárias bloqueadas e o passaporte cancelado por uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news (4.781). As informações foram confirmadas pela defesa de Constantino, porém o próprio jornalista achou melhor não comentar o caso, devido ao inquérito estar em sigilo.

Além de Constantino, o empresário e jornalista Paulo Figueiredo, também teve suas contas bancárias no Brasil bloqueadas e seu passaporte cancelado. Os advogados dos envolvidos creem que os jornalistas estão incluídos tanto no inquérito das fake news como no das milícias digitais (4.874) e reclamam da falta de acesso aos autos - integralmente.

Sobre as decisões de Moraes, o STF informa que não tem acesso às decisões dos inquéritos que tramitam em sigilo. E por isso mesmo o meu advogado recomendou que eu não comentasse detalhes do inquérito - até porque nem ele tem acesso aos detalhes! Mas vamos supor que seja isso mesmo, que minhas contas bancárias tenham sido congeladas e meu passaporte cancelado (e tanto a Gazeta do Povo como a Oeste são veículos sérios de jornalismo): como explicar meu caso aos americanos?

Preciso da ajuda dos universitários. Como explico nos Estados Unidos o que estou sofrendo no Brasil se existe aqui a Primeira Emenda, que rejeita o bizarro "crime de opinião" criado por Alexandre de Moraes? Como digo que sou alvo de um inquérito sigiloso do STF sem qualquer provocação do MP, basicamente por tuítes inocentes como elogio às Forças Armadas, se a Corte Suprema americana jamais poderia fazer isso ou qualquer coisa similar?

Eis a triste verdade: trata-se de uma missão impossível explicar como um jornalista pago para emitir opiniões pode ser tratado como um criminoso perigoso pelo governo só por... emitir opiniões! Terroristas do MST e do MTST são tratados como manifestantes legítimos, mesmo quando agem com violência. Eu, que nunca matei uma mosca, sou tratado como bandido. Como pode isso?

Claro, quando lembramos que todos os valores estão invertidos no Brasil fica mais fácil compreender: o ladrão voltou à cena do crime! Não é que o crime compense no Brasil; ele está no poder! O buraco é mais embaixo. Logo, as pessoas honestas serão tratadas como marginais, e os marginais como cidadãos de primeira classe. A partir de agora, quem for pego com arma na rua e não for ladrão será preso!

Para o gringo médio, isso é impensável. Ele não vai acreditar em mim! Já tentei conversar com alguns, com jornalistas, com advogados, e eles quase debocham de mim: "isso não é possível". Mais foi! E não sou a única vítima. Quando era Allan dos Santos ou Daniel Silveira, este com imunidade parlamentar, muita gente virara a cara pois eram "radicais demais", pois "provocaram". Mas eu? O Guilherme Fiuza? O Paulo Figueiredo? E quem será o próximo? E onde isso vai parar? Dica: olhe para a Venezuela.

E aqui vai meu resumo: para tentar explicar o Brasil de hoje para os americanos, preciso constatar uma obviedade ululante para nós, brasileiros: nosso país já vive sob uma ditadura! Quando menciono que estou banido das redes sociais por canetada, sem qualquer condenação, eles duvidam. Aí menciono Cuba, China, Venezuela, e eles compreendem. O Brasil é como esses países agora, e precisa de VPN para acompanhar a opinião dos jornalistas independentes, se não quiser ficar só na mão dos militantes petistas que ocupam a maioria das redações.

O pior é que tem muita gente em silêncio ainda, achando que a sanha autoritária ficará restrita aos "bolsonaristas". Tadinhos! Nunca leram nada sobre tiranias! Falta-lhes bagagem cultural, conhecimento histórico. Alimentam um monstro que não poupará vítimas, pois o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Se um ministro, em sigilo, de forma monocrática, com um inquérito ilegal, pode banir das praças públicas modernas, congelar contas bancárias, cancelar passaporte, tudo isso sem qualquer processo legal e transparente ou sem condenação, então esse sujeito é o imperador absolutista do país. Parabéns aos envolvidos!

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