| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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O ex-governador do Ceará e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta quarta-feira (21) que geram nulidades nos processos os atos do ministro Alexandre de Moraes ao ter usado a Justiça Eleitoral, por meio de pedidos informais, para abastecer inquéritos criminais em andamento contra bolsonaristas no STF (Supremo Tribunal Federal).

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"Desde 2019, Moraes resolveu transformar esse inquérito numa coisa que não tem fim, no inquérito do fim do mundo. Isso, data máxima vênia, não é direito. É incorreto. Está simplesmente produzindo nulidade para, inclusive, garantir a impunidade dos malfeitores", disse Ciro, em referência ao início do inquérito das fake news, aberto há cinco anos.

Quando até o esquerdista Ciro Gomes sobe o tom é porque todos já sabem que Moraes passou de qualquer limite aceitável. O que o ministro fez não foi apenas "incorreto", mas criminoso. E o problema maior, claro, não é tornar nulas as sentenças contra "malfeitores", e sim ter perseguido de forma ditatorial críticos e opositores políticos.

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Em nova revelação da VazaToga, Moraes cometeu mais um crime: falsidade ideológica. Um processo em sigilo há quase dois anos contra um ex-deputado estadual, cujas redes foram bloqueadas por Alexandre de Moraes, revela erros, o uso informal do órgão de combate à desinformação do TSE pelo ministro e contradições nas explicações dadas por ele após as primeiras reportagens sobre o tema.

O caso mostra ainda que um pedido de apuração feito por Moraes, por meio de seu gabinete, foi registrado oficialmente como uma denúncia "anônima" e expõe como o Tribunal Superior Eleitoral foi utilizado para abastecer inquéritos criminais em andamento contra bolsonaristas.

"Só não sei como bloquear pelo TSE pq não fala nada de eleições", disse numa mensagem Tagliaferro, o escudeiro alexandrino que foi preso por crime doméstico e agora é alvo de investigação a mando de Moraes. Eles tinham alvos, punições, só não tinham crimes e não sabiam qual pretexto utilizar para a censura ou qual instrumento, se o TSE ou o próprio STF.

Parêntese: o ministro não se importa em explicar as mensagens em si, o conteúdo, mas sim perseguir quem vazou. Como disse Andre Marsiglia: "Grave abrir inquérito para apurar vazamento. Se não houve hackeamento, como informado pela Folha, o inquérito se dedica a descobrir quem informou o jornal, violando-se sigilo de fonte, princípio constitucional previsto no art 5, inciso XIV. Um atentado à liberdade de imprensa". Mais um crime!

A pergunta que fica na cabeça de todo brasileiro decente é: quem vai parar esse homem? O que mais é precisa vir à tona para tirá-lo da cadeira suprema, de onde vem praticando tantos crimes?

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O nome do senador Rodrigo Pacheco surge como o principal cúmplice de Moraes. Afinal, não fosse sua obstrução - mais do que omissão - o pedido de impeachment já teria sido julgado no plenário. Pacheco se coloca entre milhões de brasileiros e a Justiça, destruindo o mecanismo constitucional de freios e contrapesos.

Alexandre de Moraes segue imparável, agindo feito um tirano, um ditador. Não é por acaso que Maduro elogiou o STF. Ele identifica o mesmo modus operandi de seu regime opressor e ilegal, que seleciona alvos políticos e usa o arbítrio do poder para persegui-los, alegando "salvar a democracia" depois, para justificar o que é pura truculência ilegal.

Maduro também segue imparável, vale notar. E o Brasil caminha a passos largos rumo ao modelo venezuelano, infelizmente, enquanto o próprio Moraes debocha de quem alerta para o risco comunista...