Sei que só ao fazer a pergunta do título vou ser massacrado pelos "progressistas" e "humanistas", ou seja, pela turma do lacre. E essa era a intenção mesmo! Pois agora posso revelar a essência do texto e, com isso, expor a hipocrisia da turma e dar um nó em suas cabecinhas confusas e incoerentes.
O tema aqui é a China. O regime ditatorial chinês tem absolutamente tudo a ver com essa pandemia. Foi no país que o vírus atingiu humanos, por conta de hábitos toscos nos "mercados molhados" de Wuhan, com consumo sem qualquer higiene de animais silvestres. E foi a opressão do governo que ocultou dados, perseguiu médicos e jornalistas que alertavam para o perigo, e permitiu que a epidemia virasse pandemia.
Tudo isso com a cumplicidade da OMS, que virou basicamente um puxadinho chinês. Desde o começo a entidade vem errando muito mais do que acertando. Aceitou os dados oficiais chineses sem questionamento; atestou que o vírus não era transmitido de humano para humano; disse que as viagens podiam continuar; demorou a constatar a pandemia; não recomendou o uso de máscaras.
Não obstante tudo isso, não faltam jornalistas brasileiros dispostos a se calar diante dos fatos incômodos. Quem quer que ouse criticar a China ou a OMS recebe ataques desses ilustres "democratas". Eles querem, com Gilmar Mendes, que a OMS mande no Brasil, numa espécie de "tirania dos especialistas". E se recusam a criticar qualquer coisa da China.
Afinal, é nosso maior parceiro comercial. A esquerda descobriu, tardiamente, as vantagens da globalização! Mas de forma seletiva: criticar Trump e os Estados Unidos, nosso segundo maior parceiro, está sempre liberado, naturalmente. Hipocrisia à parte, o pessoal não nota o caráter imoral e materialista da postura.
É como se não devêssemos condenar publicamente um regime escravocrata se seus escravos estiverem produzindo produtos mais baratinhos para nós. Que raio de humanista é esse? Que tipo de democrata aceita isso? Como alguém tão materialista pode se dizer defensor dos direitos humanos?
O pior é que a ditadura chinesa, sabendo da covardia moral de muitos, tenta intimidar aqueles que não consegue comprar. E conta com o apoio da patota. Eis o que o embaixador chinês no Brasil, o mesmo que teve passagem bastante bizarra pela Argentina, publicou hoje:
Ora, nós sabemos que os chineses compram bastante produção brasileira. Não precisa nos lembrar! Mas nós também sabemos de algumas outras coisas ignoradas pelos amestrados cãezinhos que abanam o rabo para cada dólar sacudido pela China: 1. que os chineses precisam comer e somos muito competitivos no agronegócio; que mesmo países que não se bicam praticam comércio normalmente; que no Brasil, ao contrário da China, há liberdade de expressão; e que existe mais do que dinheiro no mundo, valores essenciais, como o apreço pela liberdade.
Volto, agora, à analogia inicial: os que pedem silêncio aos críticos do regime chinês porque "pagam nossas contas" estão dispostos a adotar a mesma linha de raciocínio em relação às mulheres espancadas por seus maridos só porque as sustentam?
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