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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Na história da humanidade, a paz é a exceção

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Si vis pacem, para bellum

O governo da Ucrânia solicitou nesta quarta-feira que cidadãos não visitem a Rússia e alertou que ucranianos que já estão no país vizinho devem sair imediatamente. Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores afirmou que ignorar essas recomendações "complicará significativamente" a proteção adequada de ucranianos em território russo.

Nesta quarta-feira, as Forças Armadas da Ucrânia informaram em comunicado que começaram a recrutar reservistas com idades entre 18 e 60 anos, após um decreto do presidente Volodmir Zelenski. O período máximo de serviço no país é de um ano.

O Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia decidiu nesta quarta-feira pela instauração do estado de exceção em todo o país, diante das ações da Rússia, em medida que não valerá para Donetsk e Lugansk, que estão sob administração político-militar independente.

Tomamos muitas vezes a paz como algo garantido, dado, mas isso não é verdade. Há muita gente louca, ambiciosa, rancorosa e ressentida no mundo, em busca de poder, destruição, controle. Muita gente escrava de paixões. A paz não é o estado natural da humanidade; ela precisa ser conquistada. E mantida pela força.

O jeito mais fácil de terminar uma guerra é perdê-la”, disse George Orwell. O escritor britânico rebatia o ingênuo pacifismo de Gandhi. Orwell foi, como jornalista, bastante realista. Em um artigo de 1948, chamado A Defesa da Liberdade, expressou sua opinião sobre os métodos políticos do líder indiano: “Gandhi jamais lidou com um poder totalitarista. Lidava com um despotismo antiquado e um tanto vacilante, que o tratava de um modo razoavelmente cavalheiresco e lhe permitia a cada passo invocar a opinião pública mundial”.

Ele continua: “É difícil reconhecer como sua estratégia de greve de fome e desobediência civil poderia ser aplicada em um país onde os oponentes políticos simplesmente desaparecem e o público nada ouve além do que lhe permite o governo”. Ou seja: se Gandhi obteve algum sucesso com seu pacifismo romântico, isso se deveu ao fato de ser a Inglaterra do outro lado. Fosse um Stalin, por exemplo, e Gandhi seria apenas mais um mártir, um cadáver perdido numa pilha incontável. Não é preciso ficar na especulação: Dalai Lama adotou uma postura similar e isso nunca impediu que o povo tibetano fosse dizimado pelos chineses.

Putin sabe que as lideranças ocidentais, hoje, são fracas, "progressistas" procurados em lacrar com o politicamente correto em vez de defender de fato as liberdades. Ronald Reagan dizia que a liberdade está sempre a uma geração de ser perdida. Thatcher tinha, sozinha, mais coragem do que todos os líderes ocidentais de agora. O Papa João Paulo II tinha clareza moral e firmeza na defesa dos valores cristãos. Foi essa trinca que enfrentou as ameaças comunista, nazista e fascista no século XX. E a liberdade sobreviveu por meio da luta.

Se o preço da liberdade é a eterna vigilância, o preço da paz é o poder e a determinação de defendê-la. É preciso estar preparado para o pior, ainda que possamos esperar o melhor. Às vezes as ameaças vêm de onde menos se espera, de dentro dos portões, de casa mesmo. A paz é muito valiosa, mas a geração floco de neve gosta de assumi-la como eterna e garantida, independentemente do custo real para defende-la.

Os românticos acham que a diplomacia resolve tudo, sem compreender a natureza humana e a necessidade do porrete como auxílio ao argumento. Sem a sombra da espada, a diplomacia não funciona com autocratas imperialistas. A OTAN já tinha dito que não faria intervenção militar na Ucrânia, deixando o caminho livre para Putin.

Convencer Putin com papo furado é piada. Sanções já podem elevar o custo da invasão, mas o líder russo fará cálculo frio e avaliar vantagens e desvantagens, sabendo que ninguém vai defender de fato a Ucrânia. O estilo "amalucado" de Trump faz falta nessas horas, pois torna a reação do Ocidente imprevisível. O mundo livre corre perigo. Ameaças vêm da Rússia e da China, do Irã, do Islã, e também de dentro, de casa. Basta ver como as liberdades estão desaparecendo no Canadá de Trudeau, o líder "fofo" que mais parece um filho de Fidel Castro. Teremos tempos desafiadores à frente.

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