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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Não há esperança em mudança de postura de Bolsonaro com esses filhos

O editorial de hoje do Estadão fala em esperança de que o presidente Bolsonaro mude os rumos daquilo que vem dando errado. Perto do fim do primeiro ano de mandato, há muitos acertos, mas também muitos erros, o que vem deteriorando a confiança na capacidade do presidente de liderar o país. O jornal usa como base a recente pesquisa da XP/Ipespe, além de outra do Datafolha.

O ponto principal, porém, é o presidente conseguir governar para todos e deixar de lado essa minoria barulhenta das redes sociais, sua militância fanática e radical:

A sociedade está dizendo – é o que a pesquisa XP/Ipespe sugere – que ainda nutre esperança de que Jair Bolsonaro possa deixar a Presidência da República em janeiro de 2023 legando a seu sucessor um país melhor do que o que encontrou. Se o presidente tiver a capacidade de compreender que não governa para um nicho de eleitores mais extremados, e sim para todos os brasileiros, deixando de ser um dos principais agentes do dissenso para se tornar o artífice da conciliação, não será difícil chegar ao bom termo almejado por 46% dos ouvidos pela XP/Ipespe.

É legítimo que o ocupante de um cargo eletivo se preocupe com questões de natureza político-eleitorais. Um dos maiores problemas que o País vem enfrentando nos últimos anos é justamente a desqualificação da atividade política e de tudo a ela atinente. Mas de um governante se espera o justo equilíbrio entre as ações de Estado, de governo e as de fim eleitoral. Um mandatário irá exercer bem o poder delegado pela sociedade quando, com habilidade e espírito público, dosar suas ações e palavras.

Há tempo para o presidente Jair Bolsonaro rever seus erros e os de sua equipe. Há tempo para correção de rumos. Há, principalmente, a esperança de uma parcela significativa do povo brasileiro de que assim ele o fará. A evolução positiva revelada pela nova pesquisa XP/Ipespe é tênue, vale dizer, pode tanto representar o início da reversão da impopularidade do presidente como um mero suspiro de afogado. Cabe a Jair Bolsonaro, e somente a ele, apontar o rumo.

Mas como esperar que Bolsonaro entenda finalmente a importância de agregar, de dialogar com toda a população, em vez de escutar só essa turma extremista? Como ter essa esperança se, por trás dessa militância, temos justamente seus dois filhos Carlos e Eduardo?

Tive nesta terça o que se chama "treta" com Carlos no Twitter. Sua postura mostra bem a mentalidade do bolsonarismo, a paranoia, a insistência em comprar brigas, em criar confusão, em espalhar mentiras, em produzir conflitos e afastar gente que, em condições normais, poderia estar apoiando o grosso do governo:

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Pergunto: como alguém com essa mentalidade pode agregar, unir, construir algo? E não adianta repetir que é coisa só do Carlos, ou do Eduardo, pois óbvio que o pai deles sabe e, de certa forma, endossa essa postura. Afinal, nunca veio a público repreender a postura dos filhos. Ao contrário: já disse que foi graças a ela que venceu a eleição, ignorando que vencer eleição é uma coisa, e governar o país é outra, bem diferente.

Enquanto Bolsonaro estiver rodeado desses filhos e seus puxa-sacos oportunistas ou fanáticos, não há qualquer esperança de que vá mudar de postura, tornar-se mais agregador, colocar os interesses do Brasil acima dessas picuinhas permanentes.

E vale lembrar quem é o guru dessa turma. O "filósofo" Olavo de Carvalho, o mesmo que ajudou a criar quase todas as intrigas palacianas e, agora, conclama uma união do "povo" com os militares para apoiar o presidente, ignorando que foi ele quem fez de tudo para afastar o povo do presidente e queimar os militares do governo:

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O bolsolavismo se alimenta do combate. Precisa de inimigos mortais o tempo todo. Quando não os encontra, inventa-os!

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