Já falei sobre isso antes e volto ao tema agora, pois a colunista do Globo, Miriam Leitão, insistiu uma vez mais na narrativa estapafúrdia de que o bolsonarismo é muito parecido com o chavismo. Esse discurso vem da mesma turma de esquerda que nunca apontou para o verdadeiro problema na Venezuela: o socialismo.
São os que tentam jogar Chávez e Maduro para a direita, pasmem!, pois precisam preservar o purismo da esquerda. Recusam-se a admitir que os meios socialistas defendidos pelo chavismo - e aplaudidos pela esquerda toda por um bom tempo - levam inexoravelmente a esse destino de opressão, miséria e caos. Como antecipado por liberais clássicos e conservadores, aliás.
Há uma ala mais radical no bolsonarismo, que flerta com a militarização do poder e um controle exercido pelo presidente sem a necessidade de passar pelo Congresso? Sim, é verdade. Mas isso não é chavismo, e sim autoritarismo, e reduzir o fenômeno venezuelano a isso é bizarro. Na essência do chavismo estava o socialismo, ou seja, o controle estatal da economia. Não há nada parecido no governo atual.
Quem caminhava nessa direção, e de forma aberta e declarada, era o petismo. Lula chegou a dizer que dirigia um Fusca e seu companheiro Chávez uma Ferrari, mas ambos apontados para o mesmo destino. Lula aparelhou o Supremo, comprou deputados, tentou controlar a mídia. Nada parecido vimos até aqui no governo atual.
O governo Bolsonaro tem uma agenda liberal de privatizações, contenção de gastos públicos, abertura comercial, revogação de barreiras burocráticas. Isso vai exatamente à contramão do plano chavista (ou petista). Da Miriam Leitão ou da Vera Magalhães, ícones da militância esquerdista na mídia, a gente espera essa narrativa estapafúrdia. Mas triste mesmo é ver o MBL seguir pelo mesmo caminho.
Sergio Moro, Paulo Guedes, Tarcísio Gomes de Freitas, Rogério Marinho, Ricardo Salles, Teresa Cristina, Marcos Pontes: seriam todos ministros de um projeto chavista? Seriam instrumentos ou cúmplices de um governo socialista? Isso para não falar do segundo ou terceiro escalão, de gente séria e boa como Salim Mattar, Adolfo Sachsida, Paulo Uebel, Marcos Troyjo, Rubem Novaes, Roberto Castello Branco e tantos, tantos outros que ocupam cargos importantes no atual governo. Chavismo?
Entendo criticarem os arroubos autoritários de uma ala bolsonarista, do guru de Virgínia, e até mesmo do presidente, em que pese a necessidade de separar sua retórica das ações de seu governo. Entendo, também, os esquerdinhas da imprensa exagerando na dose para detonar seu adversário temível. Mas ver "liberais" adotando a mesma linha é revoltante.
Eu apostei nessa garotada "liberal", e alguns ainda têm salvação, quero crer. Mas com essa liderança não tem jeito! O MBL, lamentavelmente, virou uma mistura de Miriam Leitão, Vera Magalhães, Alexandre Frota e Felipe Neto. É um coquetel Molotov, fadado ao fracasso! Que decepção...
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