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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Perseverança

O Brasil lulista é tóxico, mas a alienação não é uma opção

Lula Moraes reunião PGR STF PF
O presidente Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.)

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O Brasil cansa. Esse tem sido meu bordão há anos. Vou além: acompanhar de perto a política brasileira é pedir para acumular altas doses de estresse. Não há como ser uma pessoa decente, estar bem informado sobre nosso país, e não ficar revoltado, indignado. O Brasil lulista é extremamente tóxico!

Como recebi o diagnóstico do câncer, muita gente recomendou que eu me afastasse um pouco desse trabalho insalubre para cuidar da minha saúde. Eu entendo - e tendo a concordar. Cheguei a comprar vários livros para um mergulho mais espiritual, comecei a escrever um novo livro sobre essa experiência, e até gostaria de não respirar política nacional por um tempo. Mas não consigo...

Lembro que os gregos só respeitavam quem participava da "coisa pública". Quem escolhia viver em seu mundo particular e fechado era um "idiota". A palavra idios é um termo grego que significa "próprio", "privado" ou "pessoal". É a raiz etimológica da palavra "idiota", que vem do grego idiótes. Na Grécia antiga, idiótes era um termo usado para designar pessoas que não participavam das discussões da vida coletiva da pólis, ou seja, que não tinham interesse pelos assuntos políticos.

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam", disse o historiador Arnold Toynbee. Ele bebia da fonte platônica: "A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus". Platão tinha um ponto. Se mesmo quando as pessoas boas se interessam e tentam participar não há garantias, e podemos acabar sob o controle dos maus, imagina se abandonarmos de vez o barco!

Na Grécia antiga, idiótes era um termo usado para designar pessoas que não participavam das discussões da vida coletiva da pólis

Tenho parentes que optaram pela alienação voluntária. Muitos, sentindo-se impotentes e sem uma rota de fuga, preferem se adaptar, focar em outros assuntos, em temas particulares. Vida que segue! Mesmo súditos de regimes totalitários precisam continuar vivendo, e nem todos querem se tornar resistência, com os riscos envolvidos. Eu compreendo. Mas não aceito isso para mim.

E se todos pensarem dessa forma mais acomodada, optando pela zona de conforto "pragmática", então o regime terá mesmo total poder nas mãos. Se os indivíduos desistirem da luta, então a guerra acabou. E não posso aceitar o fatalismo de que o Brasil jamais terá solução, que o problema é o povo, que não há saída. A história me ensina que povos em situações muito piores foram capazes de se libertar.

Portanto, eis o que desejo em 2025: mais coragem a todos; mais compromisso com a coisa pública; mais disposição para lutar por nossos direitos, que não são licenças concedidas pelas autoridades, mas sim presentes de Deus aos homens - a todos os homens! Eu poderia ter um pouco mais de paz se passasse a ignorar as notícias sobre o Brasil. Mas eu não quero paz na escravidão. Eu escolho a guerra pela liberdade, até meu último suspiro!

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