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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

O debate necessário sobre o comércio com a China

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A China ficou mergulhada décadas no comunismo, com um sistema econômico socialista espalhando miséria entre centenas de milhões de pessoas. Desde os anos 1980, com o pragmatismo de Deng Xioping, a China se abriu ao mundo globalizado, tirando milhões da miséria e permitindo produtos baratos mundo afora.

Tudo aquilo que era intensivo em mão de obra viu uma imediata concorrência desleal com os chineses, dispostos a trabalharem por migalhas, sem as "conquistas trabalhistas" de que os progressistas se orgulham no mundo ocidental. O dragão gigante acordou e sacudiu o mundo.

Mas nem tudo são flores. A China mantém o regime político comunista, e o PCC controla tudo. É um país extremamente poluidor, sem transparência, que persegue jornalistas. Na pandemia os riscos dessa postura ficaram mais evidentes. E mesmo na globalização é preciso tomar cuidado, lembrar que a China não é um player como outro qualquer, pois não segue as regras do jogo.

Frank Geyer Abubakir, da Unipar, escreveu um texto para o NeoFeed sobre o assunto, tocando na ferida: "Países, empresas e organizações mundo afora adotam dois pesos e duas medidas quando ignoram as flagrantes distorções do modo capitalista estatal chinês, mas protestam veementes contra democracias que têm remédios mais eficientes para a suas falhas".

O empresário não está defendendo o fechamento do comércio com a China, o que seria inviável, já que o país é o maior parceiro comercial do Brasil. O que ele está sugerindo é que isso não pode ser sinônimo de fecharmos os olhos para a realidade chinesa, cujo regime impõe até campos de concentração a minorias em pleno século XXI.

Sim, dependemos das compras chinesas, mas os chineses também dependem dos nossos alimentos. E ninguém está dizendo que é para cortar relações com o país, mas sim adotar postura mais firme e entender que há um custo intangível ou menos palpável dessa presença chinesa na globalização. O empresário conclui:

Nós, naturalmente, devemos ter visão de longo prazo e nos proteger de um sistema que usa um duplo padrão em seu próprio e único benefício, em que suas obrigações são relativizadas e sua propaganda cobra a todos os outros perfeição absoluta. Só assim preservaremos nossos empregos, investimentos, nossa ética e nossa humanidade.

Difícil discordar. Pedem para que sejamos "pragmáticos" com a China, e é por isso mesmo que não podemos ser ingênuos, submissos, inocentes. A China conquista mercado com uma postura extremamente agressiva e, em muitos casos, desumana. A pressão deveria ser para que empresas chinesas tivessem de se adaptar às regras do jogo.

Quem demoniza o Brasil e faz vista grossa aos abusos chineses não é pragmático; é antipatriota!

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