Por Alex Pipkin, publicado pelo Instituto Liberal
No Brasil, estamos acostumados com o “Deus ex Machina” – presidente, governador, prefeito, e por aí em diante.
Até uma das afamadas novelas globais verde-amarelas já teve como título “O Salvador da Pátria”!
Cabe lembrar que perfeição inexiste. Mais complexo ainda no contexto público e político. Honestamente, desejar isso é utopia, além de ainda poder ser contraproducente e atuar como fator desmotivacional, já que a perfeição é uma impossibilidade, tendo em vista que os legados herdados pelas situações passadas deixaram literalmente “as coisas no vermelho”.
Um dos antídotos para conter a sanha ideológica venerada por governantes em terras tupiniquins é a fixação de uma gestão profissional e competente. Na verdade, o povo espera contar com os resultados pragmáticos advindos de uma administração eficiente, alcançados através de um alinhamento estratégico de e em todas as pastas involucradas.
Basta ter um mínimo de suor pelo debruçar nos livros e, especialmente, possuir janela empresarial para compreender muito bem que ninguém gerencia um pequeno bar que seja sem uma equipe, sobretudo experiente e qualificada.
Somente com os dois pré-requisitos, um sujeito bem-intencionado conseguirá fazer acontecer uma agenda “positiva”, que possa ter impacto e relevância para o conjunto de pessoas no país, no estado ou no município. Por óbvio, o governante administrador, além de ser capaz de resistir aos encantos populistas e conchavos partidários, tem que querer executar tal gestão profissional e técnica.
Creio que, de maneira geral, não se têm utilizado algumas iniciativas “básicas” no que diz respeito a uma gestão competente.
Primeiro, independentemente se político, médico, advogado, administrador, etc., é fortemente desejável que as áreas-chave de qualquer governo sejam gerenciadas por indivíduos que tenham experiência e que sejam efetivamente “do ramo”.
Segundo, delegação é fundamental para que as decisões ocorram de forma mais bem planejada e mais rapidamente, dentro do contexto dos programas globais e das metas que devem ser alcançadas pela administração geral.
Terceiro, no ambiente público, parece-me ainda mais importante a elaboração de um planejamento geral, tentando antecipar o futuro e a situação a que se deseja chegar, contemplando às respectivas iniciativas que devem ser implementadas, além do alinhamento com todas as áreas envolvidas nas respectivas ações.
Um planejamento sistemático também mitigaria o vai e vem de decisões (muitas vezes inevitável!), contaminado pelo fervilhante “desejo político”, além de conter a fúria de eventuais mídias sensacionalistas. Nessa direção, não seria importante e sensato divulgar, por exemplo, o “Planejamento Estratégico” do Ministério da Educação (MEC), do questionado ministro Abraham Weintraub?
Sem entrar na questão de mérito, uma melhor exposição e maior visibilidade para a população quanto aos projetos planejados, executados, em andamento e a executar não aclarariam as dúvidas que pairam sobre o ministro e sua gestão? É inegável que, por razões ideológicas, parte da mídia – a marrom – tem sido implacável com sua administração. Mas não é somente isso! Mesmo que exista tal planejamento, para todos aqueles como eu, interessados de fato na melhoria da qualidade e da estrutura do ensino nacional, penso ser imperioso dar a necessária maior publicidade aos projetos da educação. Seguramente – para ser econômico – há um problema evidente de comunicação nessa pasta.
Quarto, evidente que é crucial o acompanhamento dos projetos e de seu cumprimento e/ou eventuais desvios, o que se opera por meio de indicadores de avaliação de desempenho vinculados a tais programas. Poucos, mas os realmente importantes.
Quinto e decisivo: num contexto de recursos escassos e demandas grandiosas, é regra de ouro priorizar!! Mas priorizar mesmo, elencando projetos principais no conjunto daquilo que se precisa fazer, muitas vezes em detrimento do que “se quer fazer”.
Sexto e sonhador: como seria salutar e produtivo, o foco nos projetos e nas metas definidas no conjunto do governo, na exata medida da eficiência, deixando-se os egos para dentro dos recintos familiares…
Evidente que uma gestão competente não passa somente por um executivo “profissional”. Entretanto, esse é um pré-requisito essencial e uma forma de pressão positiva para “enquadrar” os demais poderes, compulsoriamente envolvidos nas decisões e nos resultados esperados pela sociedade.
Acho que, se tivéssemos pelo menos este “básico”, os contextos sociais envolvidos agradeceriam muito!
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