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Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal
Tachar quem é contra a vacinação compulsória de “antivacina” é tão estúpido quanto tachar quem é a favor da legalização do uso e comercialização da maconha de “maconheiro”. A coisa ganha ares de comédia quando sabemos que todas as vacinas contra o coronavírus serão lançadas no mercado em tempo recorde e sem cumprir os protocolos normais de pesquisa e desenvolvimento.
Aliás, isso me fez lembrar de uma epidemia de meningite meningocócica B, no início dos anos 90, quando meus filhos eram crianças. Na época, não havia nenhuma vacina disponível no mercado, mas logo apareceu uma milagrosa – adivinhem? – de origem cubana.
Rápidos como flechas, alguns governadores, com o apoio maciço da mídia, compraram toneladas da vacina cubana e programaram campanhas de vacinação em massa. Lembro-me de ter perguntado ao pediatra das crianças se deveria vaciná-las e a resposta foi que ele não recomendava. Nossa decisão, lógico, foi seguir a recomendação do representante da ciência mais próximo de nós; mas a vacinação cubana foi levada a cabo, não sem que algumas crianças tivessem reações graves.
Posteriormente, a tal vacina foi considerada ineficaz e caiu no esquecimento – hoje, há uma vacina britânica no mercado, embora apenas na rede privada.
O mais espantoso dessa conversa toda, entretanto, é ver as mesmas pessoas que queriam tirar a liberdade de pacientes e médicos para o uso precoce da hidroxicloroquina – uma droga aprovada há 60 anos e sem maiores intercorrências – defendendo que o governo use a força para obrigar a população a servir de cobaia para a primeira vacina disponível, ainda que aprovada fora dos protocolos mínimos de segurança…