Por Paula Magioni, publicado pelo Instituto Liberal
Na Física, o objetivo de exercer trabalho é deslocar um corpo por meio da aplicação de uma força. O equipamento comumente utilizado para exercer trabalho é um motor. Na ótica social, o objetivo não é diferente. O trabalho produtivo também é exercido em busca de um deslocamento, porém, em uma escala econômica e pessoal, no intuito de evoluir e progredir. Nesse último caso, o indivíduo é quem exerce o trabalho e, por consequência de seu progresso, temos o progresso da sociedade.
O progresso consequente do indivíduo é facilmente compreendido quando estudamos, por exemplo, a teoria natural de Locke e diversos filósofos da escola austríaca que defendem que a sociedade é criada a partir do indivíduo e não o contrário. Ou seja, a sociedade nada evolui senão por meio do trabalho produtivo de seus indivíduos. Isso explica a essência da necessidade do autointeresse para o progresso da massa. Basicamente, um indivíduo vive em busca de felicidade, meio pelo qual ele demonstra sua satisfação. Seu autointeresse é ser feliz e, para tanto, por meio de sua racionalidade, o indivíduo exerce trabalho para alcançar esse nível de satisfação. Veja, se alguém faz planos de viajar, com certeza é porque viagens o tornam feliz. Da mesma forma, se alguém faz planos de adquirir algo, é também porque sabe que isso lhe trará satisfação. A própria felicidade é o objetivo e, nesse caso, o indivíduo é um fim em si mesmo. O autointeresse em ser feliz é o que o motiva a exercer trabalho e alcançar lucro, saindo de um certo estado econômico para outro mais vantajoso e, então, tornando possível custear momentos de felicidade. Por isso, o trabalho produtivo, assim como o seu lucro, torna-se o meio de alcançar a felicidade.
Um indivíduo sem interesse é um indivíduo desmotivado e não encontra justificativas convincentes que o levem a produzir. Dessa forma, não há evolução emocional e nem mesmo econômica. Consequentemente, a sociedade se mantém sem perspectiva e sem progresso, ou seja, estagnada.
É por meio da motivação do autointeresse que o indivíduo se lança a empreender, a inovar e a correr riscos que só valem a pena pela recompensa de alcançar a felicidade. O empreendimento de um único indivíduo é que gera emprego para centenas de outros. Esse é o segredo que faz a sociedade prosperar, esse é o grande motor que move o mundo: o indivíduo.
O egoísmo racional, sinônimo de autointeresse, é o grande propulsor da sociedade. Locke afirma que os indivíduos se unem em sociedade e criam governos visando à proteção do seu autointeresse em manter suas propriedades privadas longe dos que não exercem trabalho produtivo, mas cobiçam os bens alheios. Se o indivíduo não pensasse na segurança de seus próprios bens, não se uniria em sociedade, ou melhor, se o indivíduo não possuísse bens, não haveria autointeresse para viver em uma sociedade civil. Por todos esses motivos, é complexo entender a interpretação deturpada do egoísmo racional na visão da sociedade. O indivíduo egoísta é o núcleo da sociedade, é o que a mantém viva. É por meio do egoísmo racional que o indivíduo conquista seus bens e, acima de tudo, se torna completo pela presença da felicidade.
O egoísmo racional implica virtudes individuais como determinação, disciplina, persistência, coragem, disposição e responsabilidade individual; afinal, já dizia Ayn Rand: “nada é dado ao homem na Terra, exceto um potencial e o material para realizá-lo”. Ademais, tudo provém do autointeresse do indivíduo, seja o progresso ou o retrocesso, portanto, cabe ao indivíduo a capacidade e a responsabilidade de transformar o mundo. Para finalizar, se essas premissas provam que o indivíduo é o grande motor do mundo, não há dúvidas de que seu combustível primordial é o egoísmo racional.
*Paula Magioni é associada I do Instituto Líderes do Amanhã.
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