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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Natal

O nascimento de Jesus

Detalhe de obra de Bernardo Daddi (1290–1348) retratando o nascimento de Jesus Cristo. (Foto: Domínio Público/Galerias Nacionais da Escócia)

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Verbum Domini: o verbo de Deus se fez carne. Em determinado momento da história, Deus resolveu se fazer homem, um de nós, frágil, ainda que sem pecado. A cidade escolhida para o nascimento de Jesus foi Belém, uma das menores e mais simples da Judeia. Ele nasceu numa manjedoura, entre os animais, para mostrar que Deus quer nascer para todos nós, para o mais humilde de todos.

No Evangelho de Lucas, Jesus nasceu em uma manjedoura porque os viajantes ocuparam todos os quartos de Belém. Após o nascimento, Maria e José são visitados apenas por pastores, também felizes com o nascimento de Jesus. Lucas relata que os anjos apareceram aos pastores e anunciaram o nascimento de Jesus.

Do norte de Nazaré, José e Maria tiveram que ir até o sul por conta do censo imposto pelo imperador, para a cidade de Davi. José pertence ao legado de Davi, aquele que se fez rei derrotando Golias. A partir da obediência de José em ser seu pai adotivo, a profecia se cumpriu que o Restaurador do Reino viria dessa descendência. Em 17 passagens no Novo Testamento, Jesus é chamado como Filho de Davi.

Lucas dá ênfase ao mostrar que Jesus não era o herdeiro de um trono qualquer, mas sim o herdeiro de Davi, membro da família do rei, pois foi ao rei Davi que Deus prometera que seu reinado duraria para sempre. O reino havia sido destruído, mas os anjos apareceram para os pastores e anunciaram o nascimento do salvador, de Cristo senhor: Jesus não é apenas o rei davídico, mas sim o rei divino.

São Tomás de Aquino disse que Deus poderia nos salvar simplesmente nos perdoando dos nossos pecados, mas Ele escolheu fazer-se homem, morrer na cruz, para nos mostrar que não só nos perdoa, mas também nos ama

No Especial de Natal da Evangelizar TV, chamado justamente "Verbum Domini", a teóloga Maria Tereza Papa explica a importância deste momento para a humanidade. Do grego, Cristo quer dizer "ungido". O verbo se fez carne, o Pai enviou seu filho como salvador do mundo, para expiar nossos pecados. Quando pecamos, criamos um abismo entre nós e Deus, mas Deus se torna ponte sobre esse abismo para nos salvar, permitindo nossa reconciliação com Ele. Assim, nos salva não só do pecado, mas da morte.

Deus se fez homem para revelar seu amor por nós. São Tomás de Aquino disse que Deus poderia nos salvar simplesmente nos perdoando dos nossos pecados, mas Ele escolheu fazer-se homem, morrer na cruz, para nos mostrar que não só nos perdoa, mas também nos ama. Ele quis também que nós mostrássemos o nosso amor em resposta, já que o amor é um caminho de duas vias. Ele veio, portanto, nos ensinar a amar o próximo, pois assim amamos a Deus.

Maria Tereza lembra que Adão e Eva se afastaram de Deus por conta de uma árvore, aquela do fruto proibido, que deixou o orgulho entrar em seus corações. Quando montamos a árvore de Natal, então, é para anunciar a chegada do novo Adão, Jesus, que trouxe a salvação. As bolas coloridas que enfeitam nossas árvores servem para mostrar os frutos de Deus, um novo tempo inaugurado por Ele, um tempo de esperança, pois vencemos o pecado e a morte.

Na manjedoura, que serve como local de alimento dos animais, Jesus se fez alimento para o mundo todo. A própria palavra Belém significa "a casa do pão". Jesus é o pão da vida para o mundo, uma imagem poderosa e bonita. O Natal traz mudanças inesperadas nas vidas, surpresas positivas que alimentam nossa esperança no amanhã. Não foram autoridades importantes que acolheram Jesus, mas simples pastores. Maria Tereza conclui:

"Natal é celebrar o inédito de Deus, ou melhor, é celebrar um Deus inédito, que derruba as nossa lógicas e expectativas. Celebrar o Natal, então, é acolher na Terra as surpresas do céu. O Natal inaugura uma época nova, onde a vida não se programa, mas se doa, onde não se vive para si, na base dos próprios gostos, mas para Deus e com Deus, porque o Natal é o Deus conosco, que vive conosco, que caminha conosco. Viver o Natal é deixar-se sacudir pela sua surpreendente novidade. O Natal de Jesus não oferece o calor reconfortante, mas o arrepio divino que sacode a história. O Natal é a revanche da humildade sobre a arrogância, da simplicidade sobre a abundância, do silêncio sobre o tumulto, do tempo de Deus sobre o meu tempo. Celebrar o Natal é fazer como Jesus, vindo para nós necessitados, em direção a quem precisa de nós. É fazer como Maria, confiar dóceis a Deus mesmo sem entender o que Ele fará. Celebrar o Natal é fazer como José, levantar-se para fazer aquilo que Deus quer, mesmo se não é segundo os nossos planos. Se soubermos estar em silêncio diante do presépio, o Natal também será para nós uma surpresa".

Amém! Um Feliz Natal a todos!

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