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Por Liberalismo Brazuca, publicado pelo Instituto Liberal

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O Poder das Ideias é talvez o melhor livro escrito por Carlos Lacerda. Ali se encontram os posicionamentos mais relevantes de Lacerda através de pronunciamentos que realizou entre 1960 e 1962, incluindo na íntegra o famoso discurso de 24 de agosto de 1961 onde Lacerda denuncia, via TV Tupi, o auto golpe mentalizado por Jânio Quadros para ganhar plenos poderes.

O livro compila os mais variados discursos, que foram feitos tanto em sua campanha de candidato ao governo da Guanabara como já quando governador, em convenções da UDN e também em seus programas de TV, que ele buscou utilizar para contatar a população carioca de seu tempo.

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Os discursos mais destacáveis das ideias politico-filosóficas de Lacerda, que não competem somente à sua gestão de governador, podem ser enumerados nos seguintes capítulos: Manifesto pela Reforma Democrática; Função Social da Livre Iniciativa; A Formação das Elites na Democracia; Materialismo, Economicismo, Nacionalismo; Democracia Sem Escolas?; A Liberdade do Ensino; Descentralizar.

Em cada um destes capítulos, é possível condensar o pensamento de Carlos Lacerda, apresentando soluções para o Brasil de seu tempo, algumas ainda relevantes para o Brasil atual – como a privatização da Petrobras e/ou abertura do mercado do petróleo nacional, as reformas na educação primária, a formação universitária, a reforma da administração pública e até mesmo o prestígio à iniciativa privada, tema ainda espinhoso em nosso país.

No capítulo Materialismo, Economicismo, Materialismo; Lacerda alerta para uma situação que já era comum a seu tempo: a de discussões sobre a política nacional estarem tomando um tônus material, econômico e nacionalista, situação que não foi superada e volta à toda no extremismo polarizador de hoje. Os debates políticos são realizados em puro caráter de termos materiais sólidos, com vieses de observação puramente econômica e povoados de um nacionalismo extremista que enfraquece o debate com ufanismos. A situação hoje segue a mesma tônica; vemos apurações que desmerecem o caráter moral de ações para uma política mais ética, pautando-se apenas na ação sólida e visível e desprezando o julgamento. Vemos até mesmo liberais que dão ênfase tão grande à economia livre que se esquecem do estado liberal e da política liberal, igualando o debate econômico às esquerdas, que focam em economia, esvaindo a discussão política. Principalmente, tem-se aí uma denúncia à confusão em que patriotismo e nacionalismo se colocam, quando usam o patriotismo para exercer o nacionalismo, que ele considera a doença do patriotismo.

Cabe ressaltar essa diferença, pois para ele um patriota é quem busca o melhor para o seu país e um nacionalista é aquele que considera seu país superior a todos os outros, um sintoma grave da política nunca curado.

No livro, Lacerda mostra ainda sua ênfase imensa ao carinho que ele tem para a educação de base, na qual ele acreditava estar a solução para uma nação verdadeiramente democrática e ciente de seu papel político. Somente esse caminho poderia promover um país melhor. Lacerda ainda rechaçava ideias de educação sem partido, pois dizia ser impossível um indivíduo se abster de suas ideias. Porém, isso não deveria ser confundido com educação para a revolta, que ele considerava ser a principal inimiga de uma nação verdadeiramente democrática.

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O livro, como teve apenas uma edição, está disponível para aquisição somente em sebos e através do site da Estante Virtual.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.