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Por Jocinei Godoy, publicado pelo Instituto Liberal

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Uma semana após um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, que apontou o presidente Bolsonaro como reeleito em todos os cenários – caso a eleição de 2022 para presidente fosse hoje –, parece que o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, endossado pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, resolveu dar uma “mãozinha” à reeleição de Bolsonaro.

Isso porque o presidente do STF deu uma declaração em sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmando que magistrados e membros do Ministério Público devem ser submetidos a uma quarentena eleitoral – de oito anos – em caso de saída do Judiciário para participar de eleições. Segundo Toffoli, “[…] a imprensa começa a incensar determinado magistrado e ele já se vê candidato a presidente da República sem nem conhecer o Brasil, sem nem conhecer seu Estado, sem ter ideia do que é a vida pública”.

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Algumas horas depois, ao conceder uma entrevista, Rodrigo Maia endossou a fala de Toffoli dizendo, inclusive, já existir projetos tramitando na Câmara nesta direção. Maia informou “[…] que essa matéria está sendo amadurecida e está muito perto de chegar a um entendimento de que as carreiras não podem ser usadas como trampolim”. Este, talvez, seja mais um daqueles projetos esdrúxulos e obscuros, sem o apoio e aquiescência da população, que passam à frente de pautas importantes para o avanço do país, porém travadas em razão dos joguetes políticos.

Vale ressaltar que, guardadas as devidas proporções, se o próprio presidente do STF cumprisse com o que diz, ele mesmo deveria se abster quando da indicação para se tornar ministro do Supremo, haja vista que tenha sido advogado do PT, o que sugere, no mínimo, a suspeição da indicação. Dito isso, o que Toffoli e Maia acabam por fazer é tornar a reeleição de Bolsonaro ainda mais factível e exequível. Como já exposto no inicio do texto, logo se vê que Bolsonaro seria reeleito caso as eleições fossem hoje. Diante de todos os possíveis opositores de Bolsonaro em 2022, o único que, por enquanto, teria maior chance de desbancar o atual presidente, uma vez que Lula perdeu seus direitos políticos, seria o próprio ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.

Apesar de Toffoli e Maia não citarem diretamente o nome do ex-ministro Sergio Moro, a obviedade desse casuísmo para afastar Moro das eleições de 2022 – caso a decisão também o afete – é tão notória que, provavelmente, até a ex-presidente Dilma tenha ligado os pontos e percebido o “complô”.

Resta saber se Toffoli e Maia, ao fazerem tais afirmações, veem o presidente Jair Bolsonaro, apesar de sua retórica mais truculenta, como alguém que pode ser “domado” pelo STF e pelo Congresso caso seja reeleito em 2022. Quanto ao ex-ministro Sergio Moro, a despeito de sua estranha e conturbada saída do governo, parece que esta turma foge dele como o diabo foge da cruz.