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Por Caio Ferolla, publicado pelo Instituto Liberal

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Infelizmente, a Argentina está dando passos cada vez mais largos para transformar seu país em uma nação onde há mais pobreza do que prosperidade. O país, que já foi, no início do século XX, o 10º país mais rico do mundo em termos per capita, hoje vive uma crise e exibe ventos nada favoráveis que dizem que dias piores, e muito, ainda estão por vir.

O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec) revelou que a taxa de pobreza no país atingiu 40,9% no primeiro semestre de 2020, envolvendo cerca de 11,7 milhões de pessoas. Esse número aumentou cinco pontos e meio percentuais em apenas um ano, já que, no primeiro semestre de 2019, a Argentina registrou 35,4%, segundo o Instituto.

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Não há perspectiva significativa de melhora. A mentalidade de quem está no comando da nação hoje é muito semelhante à de quem teve péssimos resultados no passado. A inflação que existiu na Argentina durante o último período de governo dos Kirchner foi assustadora, atingindo o patamar de 30% no último ano de mandato da Cristina, em 2015. Por isso, o Peso Argentino teve uma enorme perda de valor nessa época e os índices sociais do país não evoluíram.

Este governo também gosta de gastar. Aumentou-se em 20 pontos percentuais a trajetória dos gastos públicos em relação ao PIB, com os gastos consolidados do país chegando a impressionantes 47,9% do PIB durante o último governo de esquerda dos Kirchner. Com a volta da mentalidade de esquerda no país, com a presidência de Alberto Hernandez, continuamos a ver um aumento excessivo da burocracia no país e diminuição da liberdade econômica, com o agravante de a economia já estar mal. Isso tem acarretado uma crise ainda pior do que as anteriores, crise que a Argentina está claramente muito despreparada para enfrentar. Isso porque, desde 2011, o país não consegue encontrar um caminho de crescimento sustentável.

Nestes últimos meses, houve o congelamento de preços e a impressão maciça de dinheiro para financiar os gastos do governo. Isso já resultou em um esvaziamento das prateleiras, crise de oferta de produtos e inflação alta.  Na realidade, uma hiperinflação está muito próxima na Argentina. Em 2019, o país registrou assustadores 53,8% de inflação. Podemos ver semelhanças nessas ideias, em termos econômicos, com o que foi feito na Venezuela, cujo resultado catastrófico é de conhecimento geral.

Em adição a isso, foram tomadas medidas como aumento de impostos e até nacionalização de empresas. Nessa perspectiva, foi gerada uma onda de insegurança no país, o que está afastando empresas. Um dos casos mais emblemáticos recentes foi o do anúncio da saída da Coca-Cola do país, vindo justamente para o Brasil. Essa notícia sobre a fabricante de bebidas veio após uma série de empresas também decidirem deixar a Argentina, como a Latam, a Fallabella e a Glovo. Com menos empresas, consequentemente haverá mais desemprego e mais miséria no país.

Se a Argentina quiser prosperar e melhorar sua situação, será preciso que os governantes tenham coragem de abdicar de suas ideologias e adotar medidas liberais, de controle de gastos, privatizações e controle inflacionário, parando de emitir moeda desenfreadamente. Será preciso desburocratizar o país e dar mais liberdade para o empresariado voltar a gerar empregos e aquecer a economia.

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Caso não adotem medidas corajosas e contraditórias com suas ideias atuais em vigor, é de se esperar que a Argentina fique cada vez mais próxima de se tornar um país miserável e quebrado do que de voltar a ser a potência que um dia já foi. O Brasil pode tirar uma lição valiosa de tudo o que tem sido feito por lá e jamais repetir esses erros, que, algumas vezes, já foram cometidos e são lembrados por aqui.

*Caio Ferolla Silva é Associado Alumni do Instituto Líderes do Amanhã.