Se todo artista tem que ir aonde o povo está, como nos bailes da vida, isso não necessariamente é verdade para jornalistas. Todo jornalista tem que ir aonde a verdade está, e procurar relatar os fatos da forma mais imparcial possível, acrescentando, se for o caso de um comentarista de opinião, a sua análise.
Mas claro que o jornalista não deveria viver numa bolha de arrogância, como se apenas ele fosse o detentor da verdade revelada. Já fui minoria, quando criticava desde o começo o governo petista, ainda popular, e sei como é remar contra a maré. O tempo é amigo da razão, e eu confiava em minhas análises. Só tem um detalhe: apresentava argumentos robustos, fatos, boa teoria, coisas que muitos, empolgados com a "bonança artificial" daquele começo, escolhiam ignorar.
Vejo a situação como bem diferente hoje. Não há bonança artificial. Não há uma mídia bajulando o presidente o tempo todo. Muito ao contrário: ela tende a demoniza-lo, pintando Bolsonaro como um genocida, obscurantista, insensível. Ainda assim, sua popularidade resiste. O mesmo não se pode dizer da própria mídia e da sua credibilidade.
Não é para menos. O povo fora da bolha percebe o viés escancarado, nota a torcida partidária, a distorção dos fatos, a manipulação dos dados. A dissonância entre jornalistas e seu público só aumenta. Em vez de as redações reavaliarem se perderam o elo com sua audiência, preferem dobrar a aposta. E o resultado vem em termos de menos audiência ainda.
Vejamos um caso sintomático: o Roda Viva, da TV Cultura, já foi ancorado por Augusto Nunes, e era um ícone de respeitabilidade e boa audiência. Desde quando Vera Magalhães assumiu o comando, porém, figuras como Felipe Neto e Átila Iamarino foram convidados, com um critério que parecia ser único: atacar o governo federal. O resultado está aí, após a Jovem Pan lançar no mesmo horário um programa com o mesmo Augusto Nunes:
O governo de São Paulo, comandado por João Agripino Doria, repassou cerca de cem milhões de reais para a fundação que controla a TV Cultura. O conflito de interesses é evidente. O público percebe o viés, e pune abandonando o programa. Enquanto isso, indivíduos sem as placas dos grandes veículos de comunicação, sozinhos nas redes sociais, conseguem acumular centenas de milhares de seguidores, com seus vídeos tendo milhões em alcance. É o caso da Bárbara do canal TeAtualizei, que bateu esses dias um milhão de inscritos:
O canal Hipócritas, com seu humor que revela a hipocrisia da esquerda caviar, também está prestes a bater a mesma marca. Como eu disse no começo, audiência não é tudo, mas deveria servir como alerta para certos veículos. Seus jornalistas se tornam cada vez mais dependentes de verbas públicas estaduais para sobreviver, pois não são capazes de atrair voluntariamente uma grande audiência.
O caso dos "antas" chama a atenção: Felipe Moura Brasil era um fenômeno de audiência na Jovem Pan, e hoje precisa convidar figuras patéticas como Kim Kataguiri ou Nando Moura para tentar reunir alguns poucos milhares de pessoas acompanhando suas "lives". O fiasco de quem já foi tão respeitado deveria acender uma luz amarela, mas pelo visto o jornalista segue imune rumo à irrelevância total.
Enquanto isso, um dos maiores veículos do país trata o PT, uma quadrilha comunista que defende as ditaduras cubana e venezuelana, como apenas "esquerda", sendo que recentemente rotulou a deputada Bia Kicis como de "extrema direita".
Esse tipo de postura cobra um alto preço em termos de credibilidade e audiência. O povo não é trouxa. Consegue perceber o duplo padrão, o viés ideológico, o partidarismo e a torcida contra o governo federal, que é a torcida contra o Brasil.
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