Por Nelson Duarte, publicado pelo Instituto Liberal
Se pensarmos no individualismo como oposto do coletivismo, então o tribalismo seria uma perspectiva do coletivismo, na qual os membros são unidos por características não escolhidas. Os tribalistas aceitam e se adaptam passivamente às normas do grupo. Todos fazemos parte de algum grupo, mas não deveríamos nos definir ou assumir valores que não são nossos, como muitas vezes fazemos, para poder obter aceitação. A cooperação social deve existir por meio de associações voluntárias baseadas em valores escolhidos e racionais.
Eu sou um indivíduo ou parte de um coletivo?
Nossos ideais muitas vezes são construídos pela necessidade de pertencimento a alguma tribo e não pela utilização de nossa razão ou lógica. Tal fato fica evidente quando nos referimos às tribos políticas. A direita “conservadora” e a esquerda “progressista” são conceitos ultrapassados, mas insistem em nos rotular dessa forma. O senso comum tenta encaixar valores nessas duas tribos de forma que, uma vez que você faz oposição a uma dessas duas tribos, você já é automaticamente encaixado na outra e recebe todos esses valores como seus. Frequentemente alguns valores mudam de um lado para o outro; a única ideia que se mantém constante é ódio e a oposição de uma tribo em relação a outra. Com isso, muitas vezes os indivíduos fazem oposição não por possuir valores divergentes ao do grupo oposto, mas simplesmente por acreditar que a outra tribo é o problema, aumentando a polarização. Por esse motivo, devemos pensar por conta própria e refletir sobre qual é a importância e o significado disso.
Uma técnica frequentemente utilizada por tribalistas, para evitar o debate e extorquir a concordância por meio de pressão psicológica, é o argumento da intimidação. O objetivo é questionar o caráter ou capacidade intelectual de um oponente, sem debate. Esse recurso é comumente observado em frases do tipo: “Somente imorais não conseguem ver que isso é mentira.” ou “Pobre de direita é o escravo que luta pelo direito de ser chicoteado”. A única forma de combater este argumento é a certeza moral. Em uma discussão, não se deve buscar ou esperar a aprovação do adversário. A verdade e o desenvolvimento pessoal devem ser o objetivo e os critérios de julgamento.
Ao definir seus valores de forma racional, o tribalismo perde a influência sobre você. Quando você se une a outras pessoas de forma voluntária para defender tais valores, você se livra das tradições e constrói o próprio caráter. Se mais pessoas escolherem viver dessa forma, então o tribalismo irá desaparecer por completo. O tribalismo nos divide, apenas o individualismo pode nos unir.
*Nelson Duarte é associado I do Instituto Líderes do Amanhã.
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